Nos anos 1920, Carlos Drummond de Andrade imortalizou as pedras de seu caminho com o poema No Meio do Caminho. Já nos anos 2000, quem nunca se deparou com a frase “Pedras no caminho? Guardo todas. Um dia construo um castelo…”? Pois bem, muito tempo atrás, um carteiro na França, sem saber, levou muito a sério esses dois textos.
O francês Ferdinand Cheval era um carteiro que viveu entre 1836 e 1924. Aos 43 anos, ele topou em uma pedra enquanto trabalhava e teve uma ideia: reunir todas as pedras que encontrava ao longo dos caminhos que percorria para entregar a correspondência. Com elas, ele iria construir um palácio.
Ao longo de 33 anos, ele recolhia as pedras no caminho e, durante à noite, dedicava-se ao seu projeto. Uma a uma, ele foi utilizando tudo o que recolhia e construindo seu castelo. Em 1912, ele terminou a construção do que hoje é chamado de Palácio Ideal. O local tornou-se um ponto turístico, na cidade de Hauterives, interior da França, e é aberto para a visitação das pessoas.
Ao concluir esse projeto, já com idade avançada, Cheval declarou que seu sonho seria ser enterrado no Palácio quando morresse. Porém, infelizmente, isso era proibido na região. O carteiro então passou mais oito anos a construir um mausoléu para ele no cemitério da cidade, também feito com as pedras de seu caminho.
Curiosamente, Ferdinand Cheval veio a falecer exatamente um ano após ele terminar a construção de seu mausoléu. Uma curiosa forma de ver de maneira diferente as pedras no caminho, não é mesmo? Que tal fazer algo diferente com as do seu caminho também?
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