A campanha Proud In My Calvins dominou a fachada da loja da Calvin Klein em Manhattan, na cidade de Nova York, nos Estados Unidos. O outdoor gigantesco é estrelado por Jari Jones, uma das nove modelos elencadas para participar do shooting internacional da etiqueta norte-americana. Para celebrar a conquista, a ativista negra e trans estourou uma champagne em frente à loja, na última semana, e registrou o momento em seu Instagram. Os 171 mil seguidores de Jari também comemoram o destaque, e não demorou para a postagem ganhar grande repercussão nas redes sociais.
Jari Jones dividiu a alegria. “Estava procurando a minha vida inteira por momentos, mas cansei de procurá-los. Então, eu decidi criá-los. Não é para mim, mas para o próximo sonhador esquisito, trans, deficiente, gordo, preto, que está esperando o seu momento de brilhar”, legendou a modelo na galeria de fotos comemorativas.
Na campanha, a ativista aparece trajando peças da coleção especial voltada ao mês do Orgulho LGBTI de 2020. No clique que ganhou destaque em NY, Jari Jones veste um maiô preto com a logomarca colorida da Calvin Klein estampada na lateral da peça. A produção foi arrematada por meias também recém-lançadas na linha. Em outro registro, Jari aparece com regata cropped, com estampa centralizada.
Depois de décadas mostrando corpos dentro dos padrões de beleza majoritariamente brancos a Calvin Klein direcionou os holofotes a Jari Jones. A modelo negra, transgênero, bissexual e ativista é aplaudida por todo o mundo.
“Foi uma honra e um prazer mostrar o meu eu mais autêntico e nas fotos posar com um corpo que, muitas vezes, foi demonizado, assediado, feito parecer feio, indigno e até morto.” comentou Jari Jones.
O time da nova campanha também é composto pela drag queen brasileira Pabllo Vittar, além de nomes como Tommy Dorfman, Mina Gerges, Gia Woods, Ama Elsesser, Reece King, e o casal Chella Man e MaryV. Os protagonistas posaram para as lentes do fotógrafo norte-americano Ryan McGinley.
Pelo Instagram, a modelo reforçou a importância da diversidade. “Apresento esta imagem a mim mesma e a tudo o que meu corpo representa para minha comunidade e família escolhida, na esperança de que eles se vejam mais claramente do que nunca e percebam ainda que são dignos de celebração, compaixão, amor e gratidão”, afirmou Jones.
A publicação acumulou mais de 228 mil curtidas. No entanto, entre os 4 mil comentários, alguns internautas deixaram frases racistas e atacaram a ativista. A modelo Jari Jones deixou claro o sentimento de honra por estar fazendo parte da campanha, mas também destacou que ainda há um caminho longo a ser percorrido.
Dois dias depois da primeira postagem, Jari Jones compartilhou uma nova galeria no Instagram. Na postagem, a modelo denunciou mensagens de ódio e montagens que estão repercutindo de forma negativa na internet.
Entre os comentários, apareceram frases como “não neste país” ou “a Calvin está louca”. Na descrição da nova foto, Jari lamentou o ocorrido e contou o que aprendeu com o momento. Também agradeceu aos que estão por perto e dão forças a ela.
“Obrigada por suas palavras que estão limpando o sangue do meu lábio hoje. Obrigada por suas palavras que me permitem sorrir com os socos. Obrigada por suas palavras que me lembram que valemos a pena”, concluiu.
A campanha com Jari Jones
Para divulgar a nova coleção, a Calvin Klein selecionou um time de nove modelos. O número representa o maior elenco de uma campanha da linha Pride da marca. Em comunicado, a label disse que os profissionais foram escolhidos por carregarem histórias inspiradoras. Toda a campanha propaga mensagens sobre identidade e autoestima.
A coleção #ProudInMyCalvins foi lançada em parceria com a OutRight Action International. O lucro arrecadado com as vendas da nova coleção será destinado à comunidade LGBTI.