Você é homem, e diz que entre você e sua namorada/esposa/companheira, não há diferenças, mas não aceita que ela ganhe mais que você, que saia com as amigas… Parece até surreal discutir sobre igualdade de gênero, mas acredite, o problema é grave, presente e martirizante para a vida de muitas mulheres. Mesmo com todos os avanços significativos no que diz respeito aos direitos da mulher e exercendo a mesma profissão que os homens, muitas delas ainda ganham menos, tem que lidar com a dupla jornada no trabalho e em casa e, ainda, são vítimas de assédio moral e sexual no trabalho e na rua.
Com o intuito de promover a igualdade entre gêneros, o terceiro Objetivo do Milênio da Organização das Nações Unidas (ONU), é “Igualdade entre sexos e valorização da mulher”. Ainda em 1992, quando aconteceu na cidade do Rio de Janeiro a Cúpula da Terra, evento da Eco 92, “chegou-se ao acordo unânime de que o desenvolvimento sustentável não pode ser realizado sem a igualdade de gênero”. Pouca coisa mudou de 1992 para cá, segundo a ONU Mulheres (Entidade da Nações Unidas para Igualdade de Gênero e Empoderamento das Mulheres).
Para a Rio +20, a ONU Mulheres vai afirmar a necessidade de políticas consistentes para eliminar as barreiras discriminatórias, assegurar o papel central das mulheres no desenvolvimento sustentável, e trazer uma mudança real na vida das pessoas. Michelle Bachelet, Diretora-Executiva da ONU Mulheres, será a voz ativa das mulheres na conferência e vai “destacar que a igualdade de gênero é fundamental para um futuro sustentável. Os eventos da ONU Mulheres durante a conferência amplificarão as vozes das mulheres e darão uma amostra das estratégias inovadoras que têm feito diferença nas comunidades ao redor do mundo”.
Mulheres na Rio +20
Três eventos discutirão mais diretamente a questão da mulher na conferência da ONU: o primeiro vai ser no dia 18, uma coletiva de imprensa com Michelle Bachelet, Subsecretária-Geral e Diretora-Executiva da ONU Mulheres, e Gro Harlem Brundtland, Ex-Primeira-Ministra da Noruega e Enviada Especial do Secretário-Geral da ONU para Mudança Climática.
No dia 19, o evento será “O Futuro Que As Mulheres Querem: Cúpula de Líderes sobre a Igualdade de Gênero e o Empoderamento das Mulheres para o Desenvolvimento Sustentável”. O evento trará os temas: promover a igualdade de gênero e o empoderamento das mulheres nas economias verdes; os quadros normativos e a integração dos três pilares (econômico, ambiental e social) do desenvolvimento sustentável; e modelar o novo quadro do desenvolvimento internacional.
Por último, no dia 21, o “Chamado à Ação” realizado por Mulheres Chefes de Estado e de Governo sobre o Futuro Que As Mulheres Querem. Na ocasião, as Chefes de Estado e de Governo, participantes da Cúpula de Mulheres Líderes emitirão um efetivo “Chamado à Ação”, dando a garantia de seu apoio e exortando os governos, a sociedade civil e o setor privado a priorizar a igualdade de gênero e o empoderamento das mulheres, e acelerar suas ações neste sentido.
Em 1998, o Brasil no campo profissional, tinha 52,8% das brasileiras consideradas economicamente ativas, comparadas a 82% dos homens. Já em 2008, essas proporções eram de 57,6% e 80,5%. Quando a área de atuação é a participação nas esferas de decisão o número diminui. Em 2010, elas ficaram com 13,6% dos assentos no Senado, 8,7% na Câmara dos Deputados e 11,6% no total das Assembleias Legislativas.
Mas o que as mulheres acham disso tudo? Elas se sentem excluídas? Confira o que quatro jovens mulheres com perfis bem diferentes responderam.
O que fazer?
Ações positivas que já mostramos aqui
Fotos: Reprodução
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Tá muito legal a matéria, principalmente a parte que coloca a opinião das mulheres sobre sua própria condição, daí a gente vê que o preconceito está embutido em nós mesmas, afinal, temos uma educação extremamente patriarcalista, porém, eu concordo que isso tá começando a mudar, a prova é que temos uma presidenta no Brasil, quem imaginaria isso anos atrás? Lembro da pressão que foi em 2002 quando a Roseana quis se candidatar, não que ela fosse boa peça rs Enfim, eu acho que melhorou muito em questões mais práticas como a abertura do mercado de trabalho, mas, culturalmente o machismo ainda é muito forte. Outra coisa que eu acho muito extrema também é querer colocar a mulher acima, como muitas vezes o feminismo faz. Defendo totalmente a autonomia da mulher, mas as vezes esses mov feministas se concentram em bobagem. Talvez, se o mov conseguisse se organizar melhor, algumas questões relativas a mulher em sociedade estariam mais difundidas.