30 anos sem Elis Regina

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Voz e personalidade igualmente fortes. Assim será sempre lembrada uma das mais talentosas cantoras que o Brasil já teve, Elis Regina. Com a presença de palco indiscutível, ela inovou nos musicais e era capaz de mostrar quase que no mesmo instante ações totalmente contrárias, como a melancolia e a felicidade.

Como muitos grandes artistas, Elis morreu precocemente e deixou milhares de fãs espalhados pelo mundo e mesmo depois de sua morte continua conquistando apreciadores de sua obra. Há 30 anos Elis nos deixava. Jovem, com apenas 36 anos, mãe de três filhos e no auge do sucesso, ala partiu para o andar de cima. Para matar um pouco a saudade e relembrar a trajetória de vida da eterna pimentinha – como era chamada carinhosamente – o No Pátio faz essa homenagem a grande Elis Regina.

Gaúcha, Elis começou a carreira com apenas 11 anos de idade, em um programa de rádio chamado “O Clube do Guri”, na Rádio Farroupilha. Sempre com muita precocidade, gravou o primeiro LP aos 16 anos. A disputa para reconhecer quem, de fato, lançou a cantora no mercado é imensa! Há algum tempo, Walter Silva chegou a declarar para a Folha de São Paulo que “Poucas pessoas sabem quem realmente descobriu Elis. Foi um vendedor da gravadora Continental chamado Wilson Rodrigues Poso, que a ouviu cantando menina, aos quinze anos, em Porto Alegre. Ele sugeriu à Continental que a contratasse, e em 1962 saiu o disco dela. Levei Elis ao meu programa, fui o primeiro a tocar seu disco no rádio. Naquele dia eu disse: Menina, você vai ser a maior cantora do Brasil. Está gravado.”

A primeira contratação veio em 1960, pela Rádio Gaúcha. No ano seguinte, gravou o primeiro disco – Viva a Brotolândia – e ainda morando no Rio Grande do Sul, lançou mais três discos. Em 1964 assinou contrato com a TV Rio e sob a direção do programa estava Ronaldo Bôscoli, que mais tarde seria seu marido.

Nos trabalhos com o grupo Copa Trio, de Dom Um, Elis começa a cantar no local onde nasceu a Bossa Nova, no Beco das Garrafas. Foi lá que conheceu Lennie Dale,  coreógrafo americano que a ensinou a movimentar mais o corpo durante as apresentações. Daí surgiu o jeito único de mexer os braços como um nado, bem típico de Elis.

Em muito pouco tempo Elis já era reconhecida como um dos grandes nomes do Brasil e uma das maiores referências quando o assunto era Bossa Nova.  MBP também seria um dos estilos mais explorados por ela.  Sempre presente em momentos marcantes da televisão brasileira, Elis brilhou sozinha e ao lado de grandes nomes da música popular brasileira.

E o sucesso absoluto reinou durante toda a carreira de Elis. Pequena no tamanho – com apenas 1.53m – e grande no talento! Do casamento com  Ronaldo Bôscoli, nasceu João Marcelo Bôscoli e da união com o músico César Camargo Mariano nasceram o cantor Pedro Camargo Mariano e a cantora – que apresenta muita semelhança com a mãe – Maria Rita.

Declarações marcantes de Elis:

“Sempre vou viver como camicase. É isso que me faz ficar de pé”.

“Me apaixonei pela minha voz”.

“Cantar, para mim, é sacerdócio. O resto é o resto”.

“Me tomam por quem? Um imbecil? Sou algo que se molda do jeitinho que se quer? Isso é o que todos queriam, na realidade. Mas não vão conseguir, porque quando descobrirem que estou verde já estarei amarela. Eu sou do contra. Sou a Elis Regina do Carvalho Costa que poucas pessoas vão morrer conhecendo”.

“O amor não me compete, eu quero é destilar as emoções…”

“Sou apenas o meu tipo inesquecível apesar de,ás vezes, me achar uma porcaria”

 

A jornalista Regina Echeverria conta com riqueza de detalhes e muitos depoimentos emocionante – de amigos e familiares – a vida de Elis Regina, essa ícone da música popular brasileira, no livro: Furacão Elis. Ótima sugestão para quem quer conhecer ainda mais a vida da cantora.

 

Para matar a saudade de Elis, o vídeo em que ela canta “Como nossos pais”:

 

 

Serviço:

Livraria Cultura:

Endereço: Avenida Senador Virgílio Távora, 845
Telefone: (85) 4008-0800

 

 

Fotos: Reprodução

 

 

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