A Confederação Nacional dos Municípios (CNM), divulgou ontem (13), uma pesquisa sobre a situação dos prefeitos eleitos em 2008. Dos 5.563 prefeitos eleitos, 383 não estão mais no cargo. O que mais impressiona, é o motivo que levou a grande maioria desses prefeitos a deixarem a função: 210 deles foram cassados e 48 foram afastados por fraudes na campanha eleitoral. Em 56 municípios do país, a troca de prefeito ocorreu ainda por morte do titular, sendo que oito prefeitos foram assassinados ou se suicidaram. Vinte e nove saíram para concorrer a outro cargo, 18 por doença e 70 por outros motivos como renúncia e acordo entre partidos.
Dentre os motivos que levaram ao afastamento dos prefeitos estão a tentativa de compra de votos, o uso de materiais e serviços custeados pelo governo na campanha e irregularidade na propaganda eleitoral. As cassações por infração à lei eleitoral correspondem a 22,8% dos casos de afastamento dos prefeitos. O presidente da CNM, Paulo Ziulkoski, diz que o número de prefeitos afastados se deve a maior atuação dos órgãos que fiscalizam a atuação deles, como tribunais de contas e o Ministério Público dos estados.
No entanto, Ziulkoski, também critica a fiscalização que é feita hoje, ele acha que ela é desproporcional. “Queremos que o prefeito seja fiscalizado, mas queremos mostrar porque os outros não são fiscalizados igual. O Brasil, para passar a limpo, tem de ter fiscalização para todos”, afirmou. A CNM ainda estima que até o final do mandato, o número de prefeitos afastados chegue a 600, tendo em vista o número de novos processos que ainda faltam ser julgados.
O número de afastamentos somado à criação do Partido Social Democrático (PSD), fizeram com que o quadro de representatividade de alguns partidos nos municípios diminuísse. O novo partido já conta com 270 prefeitos. O DEM, saiu das eleições de 2008 com 500 prefeitos e, atualmente, conta com apenas 395, de acordo com o estudo. Já o PMDB, legenda que mais elegeu prefeitos em 2008, passou de 1.199 eleitos para os atuais 1.177 prefeitos; o PSDB, saiu de 789 para 736. No entanto tiveram alguns acréscimos, como no PT, que saiu de 553 para 564, e no PV, com aumento de 78 para 82. Os partidos agora vão começar a centrar forças nas eleições do segundo semestre. Quando mais representatividade eles tiverem nos municípios, mais força política isso representa.
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