O autismo, síndrome que atinge cerca de 70 milhões de pessoas no mundo, pode ter cura no futuro! A partir de estudos feitos por um cientista brasileiro, o professor da Universidade da Califórnia e biólogo Alysson Muotri, foi desenvolvida uma droga capaz de controlar o autismo. A droga ainda está sendo testada, mas já mostra bons resultados em laboratório.
No ano passado, Muotri, uma das maiores autoridades no assunto, publicou um artigo na revista “Cell”, onde explica como ele e sua equipe conseguiram uma solução para a Síndrome de Rett, uma das formas graves do autismo e que acarreta diversas complicações neurológicas. Essa solução, que se dá por meio do aumento de insulina nas células doentes, poderia ser usada também no tratamento de outras formas de autismo, de acordo com o cientista. Essa possibilidade dá-se devido à semelhança entre os neurônios afetados da Síndrome de Rett e os do autismo clássico.
O medicamento criado para controlar o Rett está sendo testado em pacientes, atingidos pelo autismo, nos Estados Unidos e Itália. Ele ainda causa muitos efeitos colaterais mas, no equilíbrio de prós e contras, decidiu-se usá-la. Agora a evolução desses pacientes está sendo acompanhada – comentou Muotri. A droga obteve bons resultados, quando manipulada em laboratório, mas não se pode garantir ainda que ela irá recuperar os neurônios de uma pessoa afetada pelo autismo. Testes de validação e ensaios de toxicidade ainda serão feitos, e isso pode levar dez anos.
Na segunda-feira (26) o cientista deu uma palestra em São Paulo, realizada pela ONG Autismo e Realidade, destinada a médicos, estudantes e pais de autistas. No evento, Muotri disse que sua equipe está voltada para esse estudo e levantou esperanças acerca do tratamento da síndrome.
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