Ontem foi o Dia Nacional da Doação de Órgãos e Tecidos e o Ceará só tem a comemorar por ser o 3º do Brasil em número de doadores, de acordo com os dados da Associação Brasileira de Transplante de Órgãos (ABTO). O estado possui 16,8 doadores efetivos por milhão de habitantes e está atrás de Santa Catarina com 25,6 e São Paulo com 20,2.
A coordenadora da Central de Transplantes do Estado, Eliana Barbosa, diz que a busca por melhores estatísticas não deve parar, pois o número de efetivações de doadores ainda é pequeno, ou seja, dos doadores cadastrados no Ceará, somente 38% são efetivados. O ideal seria que fosse 40%, no mínimo.
O principal fator da não efetivação dos doadores é a negação da família. Segundo a ABTO, de janeiro a junho deste ano, 50 famílias optaram por não doar os órgãos do falecido, e no Brasil esse número chega a 903. Outras causas de não-efetivação são: parada cardiorrespiratória, contraindicação médica e morte encefálica não confirmada.
Uma das soluções pra diminuir o número de não efetivações de doadores é o funcionamento 24 horas da Comissão Intra-hospitalar de Doações de Órgãos e Tecidos para Transplantes (Cihdott), em todos os hospitais com mais de 80 leitos. Desde que a Cihdott do Hospital do Coração de Messejana passou a funcionar durante 24 horas, em abril de 2008, os resultados foram melhores, informa Graça Torres, coordenadora da Cihdott do Hospital do Coração de Messejana.
Para aumentar o número de doadores de órgãos deve haver também a conscientização da população, que deve ver a doação como uma possibilidade de salvar vidas. E é isso que a campanha “Doe de Coração” propõe. A campanha é promovida pela Fundação Edson Queiroz (UNIFOR) em parceria com o Sistema Verdes Mares. Eliana Barbosa elogia a iniciativa e diz que “a campanha é um ato de amor, solidariedade e cidadania, sendo um dos fatores responsáveis por fazer que nosso Estado esteja acima da média de doadores efetivos, ocupando a terceira posição entre as outras unidades federativas do Brasil”.
Foto: Reprodução