Aconteceu o que já era de se esperar! A agência de classificação de risco Fitch Ratings retirou na manhã de ontem (quarta-feira, 16) o selo de “grau de investimento” do Brasil e rebaixou a nota do País de BBB para BBB-, com perspectiva negativa.
Essa é a segunda agência de classificação de risco a rebaixar o grau de investimento do Brasil. Em setembro deste ano, a Standard&Poor’s reduziu a nota de crédito do Brasil de BBB- para BB+, com perspectiva negativa. Quando duas agências rebaixam o grau de investimento, fundos estrangeiros têm que retirar recursos aplicados no país.
A Fitch Ratings disse através de um relatório que o rebaixamento reflete o crescente peso da dívida pública do País, os crescentes desafios para consolidação fiscal e a deterioração do cenário de crescimento econômico. “O difícil ambiente político tem afetado o progresso da agenda legislativa do governo e criado um ciclo de reações negativas para a economia”.
No comunicado, a agência ainda citou os efeitos negativos das investigações de corrupção na Petrobras e até mesmo o processo de impeachment contra a presidente da República Dilma Rousseff como fatores agravantes para a situação.
O impacto maior que o previsto da recessão econômica nas receitas públicas, a dificuldade para implementar medidas compensatórias e o complicado cenário político minaram a estratégia de consolidação fiscal do governo. Consequentemente, em julho, o governo reduziu significativamente as metas de superávit primário para 2015 em diante. Em outro revés para a credibilidade fiscal, o governo submeteu um orçamento para 2016 com uma meta fiscal ainda mais fraca.
Se a perspectiva negativa em torno da economia do País continuar, a Fitch Ratings prevê que o déficit fiscal pode chegar a ultrapassar 10% do Produto Interno Bruto (PIB) ainda este ano. Ainda de acordo com a agência, o déficit fiscal deve permanecer elevado pelos próximos dois anos, atingindo uma média acima de 7% do PIB.
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