O ano de 2015 terminou com um ambiente econômico nada satisfatório para os brasileiros e tudo indica que este ano as dificuldades serão as mesmas. A surpresa é que diante de um cenário com inflação, juros maiores, Produto Interno Bruto (PIB) em queda e dólar nas alturas, o número de trabalhadores autônomos no Brasil cresceu consideravelmente.
Segundo Alice Mesquita, articuladora da Unidade de Atendimento Integrado do Sebrae-CE, em função da redução do número de empregos com carteira assinada, muitas pessoas estão passando a empreender em atividades que antes eram consideradas apenas “bico” para complementar a renda, e fazendo com que hoje em dia cada vez mais elas se transformem em atividades empresariais.
No Ceará, de acordo com dados do Sebrae-CE, até novembro de 2015 houve um crescimento de 20,47% microempreendedores individuais (MEIs) em relação ao ano de 2014, saltando de 154.800 para 186.499 pessoas. Ainda de segundo o órgão, o Ceará teve o quarto maior incremento da região Nordeste, ficando atrás apenas do Rio Grande do Norte (20,95%), Piauí (21,93%) e Paraíba (22,18%). No Brasil o aumento foi de 21%.
Por aqui, Fortaleza ainda concentra o maior número de MEIs, com 85.349 trabalhadores formalizados. Em seguida aparecem Caucaia (7.712) e Maracanaú (6.476), cidades da região metropolitana.
Para Alice Mesquita, a tendência é que haja uma maior distribuição dos microempreendedores individuais nos municípios cearenses, já que cerca de 70% das 284 cidades do estado aderiram à Lei Geral das Micro e Pequenas Empresas e dispõem de Salas do Empreendedor, incentivando a abertura de negócios e a legalização de atividades informais.
No entanto, a articuladora da Unidade de Atendimento Integrado do Sebrae-CE lembra que antes de apostar no próprio negócio o empreendedor deve ficar atento e buscar conhecer melhor a atividade na qual pretende atuar, assim como estar ciente de quanto precisará investir na atividade e de quanto tempo em média levará para obter o retorno do dinheiro.
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