Cerca de 70% da superfície do nosso planeta é composta de água. Porém, de toda essa água existente 97,5% estão nos oceanos e dos 2,5% restantes, 1,5% estão nos polos (geleiras e icebergs), ficando apenas 1% disponível para nosso consumo. Atualmente usamos as águas de nascentes, lagos, rios e extrações de leitos subterrâneos, os chamados aquíferos.
Entretanto, para que o planeta seja realmente preservado, não basta economizarmos água “limpa”, muito mais importante é tratarmos a água que sujamos e devolvê-la limpa para a natureza, perpetuando o ciclo natural da água. Outra forma de economizar água é fazer o aproveitamento de água da chuva e é isso que a capital de Santa Catarina passou a fazer.
Este ano, todas as edificações comerciais e residenciais com área acima de 200m², construídas em Florianópolis, deverão ter captação de água das chuvas para reuso. A determinação consta do projeto de lei nº 1.231/2013, de autoria do vereador Pedro de Assis Silvestre (PP), aprovado pela Câmara Municipal de Florianópolis no dia 1º de fevereiro.
De acordo com o projeto, o sistema de captação e aproveitamento de água da chuva deve ser submetido a tratamento sanitário e a finalidade é para atividades que não exijam que a água seja potável, como para regar jardins ou para os vasos sanitários. As motivações para o texto, segundo o vereador Pedro de Assis, é a grande quantidade de chuva na capital catarinense. “É necessário estimular as pessoas para que tenham atitudes mais conscientes. Além de ser ecologicamente correto, este sistema de captação é viável financeiramente, pois custa em torno de 1% do valor total da obra”, disse.
Segundo o oceanógrafo Raphael Autran, estudos técnicos constataram que a água da chuva vinda do oceano, na região de Florianópolis, é muito limpa, fato que pode, futuramente, ser uma fonte de captação para abastecer muitas casas, gerando autonomia e eficiência hídrica. “Como não temos indústrias no local, a água da chuva, dependendo da filtragem, pode ser própria até para beber”, ressalta.
A iniciativa destaca que o aproveitamento de água da chuva na esfera da construção civil é favorável a um ambiente urbano mais harmonizado com as necessidades humanas, incluindo uma maior integração entre o meio ambiente e a qualidade de vida.
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