A eterna luta dos professores no Brasil terá mais capitulo a partir desta sexta-feira (12). Com um dos piores pisos salariais do País, os professores da rede municipal decidiram em assembleia do Sindicato dos Trabalhadores em Educação de Fortaleza (Sindiute), realizada na semana passada, deflagrar greve.
Entre as reivindicações dos professores estão o reajuste do piso salarial e o repasse de 60% da verba oriunda do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de Valorização do Magistério (Fundeb).
O Sindiute justifica a decisão de suspensão das atividades do magistério devido a falta de diálogo com a Prefeitura de Fortaleza, que segundo o sindicato insiste em não repassar o ressarcimento do Fundeb para a educação, além da campanha salarial, com reajuste de 11,36%. “A gente acha inadmissível um governo que recebeu R$289 milhões (valor do repasse em 2013) dizer que não tem dinheiro. Não vamos abrir mão do reajuste do piso”, disse Ana Cristina Guilherme, presidente do sindicato.
Já o atual prefeito da Capital, Roberto Cláudio (PDT), vem garantindo que o valor recebido pelo Município é resultado de indenização paga pela União e que a verba deverá ser empregada na infraestrutura da educação e na ampliação e investimento na área da saúde.
No fim do ano passado, a União destinou à Prefeitura valor que, atualizado, soma R$361 milhões. A quantia diz respeito a gastos feitos pelo Executivo municipal com a educação ainda na gestão da ex-prefeita Luizianne Lins (PT).
O Plano Nacional de Educação, em seu diagnóstico, define que “a qualidade do ensino só poderá acontecer se houver a valorização dos profissionais do Magistério, que apenas será alcançada por meio de uma política global capaz de articular a formação inicial, as condições de trabalho, o salário, a carreira e a formação continuada”. Então, vamos torcer para que haja um acordo plausível entre professores da rede municipal e prefeitura.
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