Ambientalistas defendem que a hidroeletricidade é a melhor opção energética, do ponto de vista ambiental e econômico, para o Brasil. Entretanto, a instalação de usinas termelétricas para fornecer energia durante o período em que os níveis de reservatórios hidroelétricos estiverem baixos vem há algum tempo sendo motivo de polêmica em todo o País.
Para debater a questão, a Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento do Semiárido se reuniu com parlamentares, na Assembleia Legislativa, na manhã de ontem (quinta-feira, 18). O debate contou com participação do professor da Universidade Estadual do Ceará (Uece) e PhD em ciências atmosféricas, Alexandre Costa, que se mostrou contra o que vem sendo pregado em todo o mundo sobre produção de energia.
Na reunião foram discutidas a base usada para o cálculo de ICMS nas operações internas de gás natural para produção de energia elétrica, por meio das usinas termelétricas instaladas no estado. O objetivo é reduzir a taxa para incentivar e ampliar a produção de energia no Ceará. Mas de acordo com o especialista, as usinas termelétricas não são a solução, pois comprometem os estados por décadas com a emissão de CO².
“Essa mensagem descumprirá compromissos nacionais e internacionais do Brasil, como o Acordo Paris e o Plano Nacional de Mudanças Climáticas. Além do que o argumento de que gera empregos é falso, pois bastam 20 pessoas para mantê-las em pleno funcionamento”, opinou o professor.
Entenda as diferenças:
As usinas hidrelétricas, as mais populares no país, usam a força da água para o movimento da turbina. São construídas barragens em rios geralmente já encachoeirados. A pressão da água faz o movimento, transformando a energia cinética, propiciada pela força das águas, em elétrica.
Por conta da nossa grande e rica hidrografia, o Brasil acaba por utilizar as hidrelétricas como fonte principal de energia. A maior usina deste tipo do mundo é a Itaipu Binacional, pertencente a Brasil e Paraguai.
Já uma usina do tipo termelétrica usa o calor da queima do carvão (ou outro combustível fóssil) para gerar energia. Este calor liberado aquece água no estado líquido que, por sua vez, transforma-se em vapor que movimenta a turbina. Este tipo de produção consiste na transformação de energia térmica em elétrica. Os impactos ambientais deste tipo de usina são muito grandes. A queima do combustível fóssil, liberado na atmosfera contribuí para, além da chuva ácida, com o aumento do aquecimento global.
E você, o que acha? Será que falta vontade política para o governo brasileiro promover e atender a uma significativa parte das demandas de eletricidade do País, a partir de fontes limpas e de baixo impacto ambiental?
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