Quando a gente era criança, aprendemos que o trabalho escravo foi abolido do Brasil pela Lei Áurea assinada pela Princesa Isabel em 13 de maio de 1988, certo? Então, você deve estar se perguntando que história é essa de quanto trabalho escravo você consome. Pois bem, infelizmente, estamos em pleno ano de 2016 e tanto no Brasil quanto em vários outros países do mundo ainda existem muitas pessoas trabalhando em situação análoga à escravidão.
As indústrias têxtil e de tecnologia são os maiores exemplos de segmentos que se utilizam de trabalho escravo. E então, pronto para descobrir a verdade?
Um jovem como esse, da imagem, na faixa dos seus vinte e cinco anos, que é ligado em tecnologia de forma moderada, gosta de andar de bicicleta e calçar as marcas de tênis da moda pode “consumir”, em média, o trabalho de aproximadamente 60 escravos. E esqueça aqui a imagem do negro escravo que aprendemos nos livros de história. O trabalho escravo ao qual nos referimos são trabalhadores contratados sem carteira assinada, trabalhando jornadas exaustivas de trabalho de 12 a 16 horas diárias, em locais sem menores condições de trabalho e o pior, geralmente são imigrantes com documentos retidos, impossibilitando a “demissão”.
Um experimento interessante levou blogueiros de moda a uma fábrica de roupas no Camboja e gravou como foi a reação deles ao ver as condições de trabalho oferecidas pelas empresas “da moda” que eles mostravam com orgulho em seus blogs. O reality show foi um sucesso na internet e conscientizou milhares de pessoas sobra a situação. Outro documentário interessante sobre o assunto é o “The True Cost”, elaborado após o desabamento de um prédio de uma fábrica de roupas que desmoronou, matando centenas de trabalhadores que recebiam centavos por dia trabalhado em condições péssimas.
Mas, e quanto de trabalho escravo você consome? Como saber?
Existe um site chamado “Slavery Footprint” (em português, pegadas da escravidão), no qual você responde um questionário que, apesar de ser escrito em inglês, é bastante intuitivo. Ao final, você tem uma ideia de quantos trabalhadores foram escravizados para produzir seus principais itens de consumo. E para quem tem smartphones Android ou iOS, é possível ainda fazer check-in em diferentes lojas, questionar se ela envolve trabalho escravo e descobrir o que há por trás de seu processo de produção. Respira fundo e clica aqui para fazer o teste.
Segundo a Fundação “Slavery Footprint”, existem cerca de 27 milhões de trabalhadores forçados em todo o mundo. E como reduzir essa triste realidade? Através do consumo consciente e ações de sustentabilidade, claro! Deixar de consumir marcas que utilizam trabalho escravo em sua produção é o primeiro – e maior! – passo! Vamos nessa?
Fotos: Reprodução