Impeachment de Dilma: Câmara diz sim ao processo

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Quem acompanhou os fatos do dia histórico de ontem (domingo, 17) pela, TV, rádio ou Internet viu que pela 2ª vez desde a redemocratização, a Câmara dos Deputados autorizou a abertura de processo de impeachment contra um presidente eleito pelo voto popular. Com discursos que mais lembravam o show da Xuxa, em que parlamentares se referiam a Deus e à família, 367 deputados votaram sim ao pedido. A sessão durou 9 horas e 47 minutos; a votação, seis horas e dois minutos.

Em apenas três estados brasileiros, Amapá, Ceará e Bahia, a presidente Dilma Rousseff (PT) conseguiu ver o voto contra o avanço do processo de impeachment vencer. Foram 137 votos contrários, sete abstenções e somente dois ausentes dentre os 513 deputados. O processo deve ser entregue ao Senado ainda hoje para começar a tramitar na Casa.

No Ceará, dos 21 parlamentares presentes na sessão, 11 votaram contra o impedimento e nove a favor, houve ainda uma abstenção e uma falta. Já no Amapá, que tem oito deputados, Dilma contou com quatro votos. Houve uma abstenção. No estado, proporcionalmente, a presidente venceu com 62,5% de votos contrários ao processo (incluindo abstenção). Na Bahia, foram 22 votos contra e 15 a favor, com duas abstenções; número representa 61,5%. Já no Ceará, percentual de votos contrários (incluindo a ausência e abstenção) foi de 59%.

-Impeachment 2

Uma das grandes surpresas da noite foi o “sim” de Adail Carneiro. (PP-CE). Considerado voto “indeciso” ou mais tendente pelo “não” contra o impeachment de Dilma Rousseff, o deputado deu inicio ao seu discurso no plenário da Câmara com um pedido de perdão a Lula (PT), ao ex-governador do Ceará, Cid Gomes (PDT), e ao atual – Camilo Santana (PT).

Em números absolutos, os deputados de São Paulo foram os que mais votaram pelo impedimento, com 53 votos a favor e 13 contra. No Acre e no Piauí, o processo ficou empatado, com 4×4 e 5×5, respectivamente. Em estados como o Amazonas e Rondônia, a derrota de Dilma foi por 100%, com oito votos cada.

Isso não significa que a presidente, atingida pela queda de popularidade em razão da crise econômica e das investigações da Lava Jato,seja afastada do cargo. Para que isso ocorra, a decisão dos deputados tem de ser referendada pelo Senado por maioria simples, o que deve ocorrer no início de maio.

Na madrugada de hoje o ministro da Advocacia-Geral da União (AGU), José Eduardo Cardozo, afirmou que, apesar de a Câmara ter autorizado o prosseguimento do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff, a petista não pretende renunciar ao mandato nem “fraquejar”.

A presidente Dilma Rousseff deve se manifestar ainda hoje sobre a decisão da Câmara.

Fotos: Reprodução. 

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