Até a conclusão das obras de transposição do rio São Francisco a liberação da água do açude Orós para o Castanhão surge como alternativa para abastecimento da Região Metropolitana de Fortaleza. A medida passou a vigorar em 21 de julho e, de acordo com a Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos (Cogerh), a vazão será de 4,00 m³/s até o início de setembro, passando para 16,00 m³/s até janeiro de 2017.
Aprovada pelos comitês de bacias hidrográficas dos Vales do Jaguaribe e Banabuiú, a liberação de água do Orós para o Castanhão foi comentada por deputados da Assembleia Legislativa do Ceará.
Para o deputado Zé Ailton Brasil (PP), a “Cogerh tem total responsabilidade, credibilidade e competência para fazer análise se irá prejudicar ou não comunidades próximas do Orós”. Conforme o parlamentar, ao longo do tempo, o Orós tem economizado água para alimentar e contribuir com o sistema de abastecimento de Fortaleza, não podendo ser dispensado em um momento de necessidade hídrica.
Já para o deputado Carlos Matos (PSDB), a reserva do açude Orós surgiu como política pública para suprir o déficit hídrico da Capital. “Fomos pegos de surpresa, porque o Governo foi otimista demais e esperou a transposição do rio São Francisco para este ano. O volume do Orós é muito baixo e não resolve o problema, mas quem decide a viabilidade da medida são os comitês”, afirma o parlamentar.
Segundo o vice-presidente do Comitê da Sub-Bacia Hidrográfica do Médio e Baixo Jaguaribe (CSBH), Rafram Guimarães, os comitês não têm força de decisão durante crises hídricas. “Cada um puxa para o seu território. Fortaleza acabou com a água do Castanhão. É uma decisão que vem de cima. Se a gente tivesse poder seriam dadas outras alternativas”, afirma.
De acordo com a Secretaria de Recursos Hídricos, a água do Orós deve chegar às residência da região em setembro. O objetivo, segundo a pasta, é garantir o abastecimento de água na região mais populosa do Ceará durante o período de crise hídrica.
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