A lei que obriga o Sistema Único de Saúde (SUS) a realizar a cirurgia de reconstrução mamária imediatamente após a retirada do câncer, ou quando existem condições médicas adequadas, está em vigor há mais de três anos. Na prática, porém, nem todas as mulheres têm acesso a esse direito.
Enquanto faltam próteses, hospitais e profissionais capacitados para esse tipo de cirurgia, a doença avança, a autoestima desaparece e sobram angústia, medo e impotência. Como levar uma vida normal sem o principal símbolo da feminilidade? Para cerca de 50 mulheres do Ceará, no entanto, esse pesadelo está com os dias contados.
Isso porque no próximo sábado (29) acontecerá o Mutirão Nacional de Reconstrução Mamária, uma iniciativa da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP), que é realizado no Hospital Universitário Walter Cantídio (UFC), Instituto Dr. José Frota (IJF), Hospital do Instituto do Câncer do Ceará (ICC), Hospital Geral de Fortaleza (HGF), Hospital Geral César Cals (HGCC) e Hospital Fernandes Távora, em Fortaleza.
O objetivo do mutirão é proporcionar às pacientes mastectomizadas (após tratamento para câncer de mama) a possibilidade de reconstrução mamária, com a utilização de técnicas cirúrgicas consagradas, com ou sem a utilização de próteses de silicone. De acordo com a Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, o mutirão vai atender mais de 800 mulheres de 18 estados brasileiros.
Segundo o Departamento de Informática do SUS (Datasus), desde 2008, 63,5 mil brasileiras fizeram cirurgia de remoção dos seios para tratamento de câncer pelo SUS em todo o País. Como dito anteriormente, a legislação garante que todas as mulheres que passaram por tratamento de câncer com retirada das mamas têm direito à cirurgia de reconstrução mamária. Atualmente existem cerca de 40 mil mulheres na fila do SUS à espera da cirurgia.
Para algumas pessoas o número pode parecer pequeno, mas levando em consideração que a mama é parte fundamental da identidade feminina, e que algumas mulheres, sem a mama, tendem a se sentir incompletas mesmo estando curadas do câncer, são estimados 40 mil tristes semblantes convivendo com o fantasma da mutilação, concordam?
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