A fotografia é singular e plural. Ao mesmo tempo que nos reserva um olhar tão pessoal do fotógrafo, ela nos conecta e pode dizer muito sobre o mundo. Como exemplo disso, podemos citar vários profissionais famosos ou aqueles que ainda não possuem tanto destaque, mas merecem muito da nossa atenção. E é com o objetivo de você conhecer esse cenário da fotografia longe dos holofotes que iniciamos hoje o “Fotógrafos para ficar de olho”. Uma série de matérias para te apresentar pessoas desse ramo tão incrível, mostrando suas histórias, curiosidades e até dicas para os iniciantes. Então, vamos ao que interessa? Nosso primeiro entrevistado é Igor Grazianno e sua relação com essa profissão vai te inspirar!
Como muitos jovens, Igor acreditava não ter o mínimo talento. No entanto, tinha um gosto especial pela fotografia e no período de universitário se encontrou. Fez um curso na Casa Amarela Eusélio Oliveira, vendeu sua guitarra, comprou a primeira câmera SLR e, após ser monitor de Fotopublicidade sob a tutela do professor Silas de Paula, iniciou a carreira como freelancer. “Fazia tudo que aparecia, mas sempre buscando trabalhar para pessoas que eu confiava. Assim tudo fluía, porque a conversa era reta, preto no branco. Não escolhi a fotografia, ela me escolheu. Tentei bastante me firmar em outras áreas, mas parecia destino que através dela traçaria um rumo”, afirma.
Com o passar do tempo, adquiriu mais conhecimentos, experiência e virou professor. Atualmente, dá cursos em escolas, aulas particulares, presta consultorias e outros serviços, como de Flash Dedicado e Elaboração de Projetos para Editais de Fotografia. Porém, com todas essas funções, Igor gosta mesmo é de fotografar sozinho na rua, evoluindo e vivendo cada instante da arte, como ele destaca: “Viajar, experimentar novos pratos, novas amizades, novos países e novas luzes. A fotografia externa o que está dentro de nós, assim se você não se renova, sua fotografia não evolui”.
Agora engana-se quem pensa que Grazianno não possui mais desafios na carreira ou, simplesmente, acomodou-se com a carga já adquirida. O mercado de trabalho exige muito do profissional e ele continua investindo alto em equipamentos, cursos dentro e fora do Ceará e na troca de conhecimentos. Tudo com a intenção de inovar e ir além dos trabalhos engessados, seja ao proporcionar sensações para as pessoas ou na cura de seus próprios medos. “Por meio da Fotografia posso ajudar as pessoas a arranjar um novo trabalho, a vencer câncer, depressão ou problemas com auto-estima. Eu sempre tive medo de cachorro, fobia mesmo. Então, comecei a acompanhar um amigo fotografo especializado em fotografia de animais, Nilton Novaes. Ele me ensinou como abordar e “falar” com os cachorros. Perdi minha fobia graças a Fotografia”, ressalta.
E, dessa forma, Igor Grazianno nos mostra que fotografar vai muito além de um clique. A câmera é o suporte para sentirmos e questionarmos um mundo repleto de coisas desconhecidas. A questão central é sobre ser você, ter o seu olhar representado como texto visual, sem o medo de ser julgado, apenas superando a ideia errada de que não possui “o mínimo talento” e desafiando-se, dando o melhor de si para viver o que realmente te dá prazer.
Texto: Bárbara Rios
Fotos: Igor Grazianno