“Por esse pão pra comer, por esse chão pra dormir. A certidão pra nascer, e a concessão pra sorrir; por me deixar respirar, por me deixar existir… Assim como sugere a música de Chico Buarque, composta em 1971, infelizmente ainda há no Brasil um significativo contingente de pessoas que vivem em circunstâncias degradantes, subjugadas por outra pessoa. Dentre elas, aquelas que são sujeitadas ao trabalho escravo.
Embora, legalmente, a escravidão tenha sido abolida no Brasil no ano de 1888, por meio da Lei Áurea, a prática de sujeitar uma pessoa a oferecer-se inteiramente aos ditames de outra é ainda frequente no País e um dos grandes desafios enfrentados pelo poder público.
Nessa eterna luta, a Comissão Estadual para a Erradicação do Trabalho Escravo no Ceará (Coetrae/CE) recebeu, na quinta-feira (17), representantes do Instituto Pacto Nacional pela Erradicação do Trabalho Escravo (InPacto) e do Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais do Trabalho (SINAIT).
A visita consistiu em uma apresentação sobre o Instituto Ação Integrada, que tem como objetivo, além de possibilitar a captação de recursos, fortalecer o trabalho de reinserção de trabalhadores em situação de vulnerabilidade e egressos do trabalho escravo e da possibilidade da implantação do Projeto Ação Integrada no Estado do Ceará.
A proposta possibilitou um dia inteiro voltado ao diálogo e a troca de experiências em relação ao combate ao trabalho escravo no País e como essa experiência pode ser aplicada no Ceará.
Durante o encontro, a Coordenadoria Especial de Políticas Públicas dos Direitos Humanos (COPDH) também apresentou um plano piloto do Projeto Ação Integrada que será implantado em Granja e, posteriormente, em mais duas cidades da região.
Como é público e notório que o Brasil usa trabalho escravo, sua erradicação é urgente. Portanto, vamos torcer para que cada vez haja integração dos programas federais, com iniciativas de ONG’s, movimentos sociais e programas estaduais e municipais para por fim a essa triste realidade do País.
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