A receita simples da cidade que melhor educa no País

Comportamento|Estilo de Vida

Quando o assunto é educação, algumas cidades brasileiras ganham destaque por seu desempenho bem acima da média nacional em oportunidades na área. Para quem pensa que isso é coisa de cidade grande e mais desenvolvida, Águas de São Pedro, em São Paulo, desmistifica esse conceito.

Com apenas 2,7 mil habitantes, o município é o que melhor educa no País, segundo dados do Índice de Desenvolvimento Humano dos Municípios (IDHM), divulgado pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud). Para se ter uma ideia, enquanto a média do Brasil em educação é de 0,637, a cidade do interior paulista alcançou um patamar considerado “muito alto”, com 0,825.

〉 A receita do sucesso

Para a diretora da única escola municipal da cidade, que atende cerca de 800 alunos do ensino fundamental, a receita para o sucesso é simples: não deixar que nenhum aluno fique fora da escola. Quando alguém começa a faltar repetidas vezes as aulas, a escola liga para a família e vai até a casa do aluno saber o que está acontecendo.

“A evasão é zero porque temos uma relação bem próxima com as famílias. Se um aluno falta, vamos saber o que aconteceu. Vamos na casa, se for necessário, pedimos apoio do Conselho Tutelar, mas ninguém fica fora da aula”, disse a entusiasmada diretora da Escola Maria Luiza Fornasier Franzin, Dalva Aparecida da Silva, que leciona na rede pública há 33 anos.

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Na cidade, que ainda conta com uma escola estadual de ensino médio, os alunos do primeiro ciclo (até o quinto ano) têm oficinas de música, artes, ginástica e informática no contra turno. As crianças cujos pais ou responsáveis trabalham o dia inteiro, podem permanecem na escola no turno oposto, recebendo alimentação e reforço escolar. O turno integral ainda não foi implantado para todos os estudantes porque o espaço físico precisa ser ampliado.

Em Águas de São Pedro todos os docentes possuem cursos superior. O salário é pouco acima do piso nacional: R$1.227,00 inicial para uma jornada de 30 horas semanais. No entanto, para a diretora, apesar do salário não ser “uma maravilha” as condições de trabalho para os professores na cidade compensam. “Os pais são muito presentes na escola e isso ajuda muito o nosso trabalho”.

Em um país em crise, com professores desvalorizados e com o poder público diminuindo cada vez mais as verbas para a educação, encontrar profissionais como os docentes de Águas de São Pedro é de encher o coração de orgulho, concordam?

Fotos: Reprodução. 

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