Além desses, o documento também defende atendimento integral no sistema de medidas socioeducativas, oportunidades de trabalho com renda, formação de policiais na abordagem ao adolescente, controle de armas de fogo e munições, mídia sem violações de direitos e responsabilização dos homicídios.
Entre os municípios que a pesquisa apontou com maior incidência de assassinatos destacam-se: Fortaleza, Caucaia, Maracanaú, Horizonte, Eusébio, Sobral e Juazeiro do Norte. Entre os dados encontrados está o fato de a maioria dos adolescentes terem sidos assassinados no próprio bairro, variando entre 50% (Juazeiro) e 87% (Caucaia).
Outra realidade detectada pelo Comitê Cearense pela Prevenção de Homicídios na Adolescência é o uso da arma de fogo para a prática dos homicídios de jovens, que fica entre 81% (Sobral) e 100% (Horizonte). O estudo também detectou falhas no sistema socioeducativo do estado, com diferenças importantes entre cidades. Enquanto, em Eusébio, 13% dos adolescentes mortos cumpriram medidas socioeducativas, o índice chega a 73% em Caucaia.
Segundo a pesquisa, há evidências de que também há vulnerabilidade de quem cuida da criança. “Temos uma mãe jovem pobre, que não tem ninguém por perto – nem Estado, nem comunidade – e pesa sobre ela o preconceito. É possível cuidar de quem cuida, havendo redes municipais de assistência social”, apontou o relator do Comitê, deputado Renato Roseno (Psol).
Vamos torcer para que, com os resultados da pesquisa em mãos, políticas públicas sejam postas em ação para diminuir a violência entre os adolescentes de nosso estado.
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