Linda! Diva! Maravilhosa! Gente, não tem como começar qualquer texto relacionado à brasileiríssima Elza soares sem, no mínimo, fazer esses três elogios a ela! A cantora carioca se tornou ícone da luta contra o preconceito, contra a violência e do feminismo, principalmente após o lançamento de seu mais recente disco, A Mulher do Fim do Mundo, primeiro somente de inéditas em mais de 60 anos de carreira.
Elza é um exemplo de luta, de força, de mulher, e tem uma das mais fortes histórias da música popular brasileira. Mas, além de ser cantora e compositora, Elza é conhecida, principalmente, por ter sido casada com o jogador de futebol Garrincha.
Mas, antes disso, a vida dela já era uma luta. Elza foi obrigada a casar-se aos 12 anos de idade. Aos 13, teve seu primeiro filho. E foi nessa idade que ela também começou a cantar: para botar dinheiro em casa e comprar remédios para seu filho. Quando tinha quinze anos, seu segundo filho faleceu. Aos 21, ela ficou viúva, com cinco filhos para criar.
Sem dúvidas, o período em que Elza Soares passou ao lado de Garrincha é conhecido como um dos principais motivos que fazem dela ser a mulher poderosa que ela é. Isso porque o jogador era reconhecidamente violento e alcoólatra. Entretanto, toda a sociedade se voltou contra Elza, porque ela era uma artista negra em início de carreira e ele, um famosos jogador de futebol recém divorciado. Acusavam Elza de ter acabado com o casamento de Garrincha e a chamavam de bruxa por ela pedir que não dessem bebida a seu marido.
A vida de Elza foi uma sucessão de tragédias. Enquanto esteve casada, perdeu sua mãe em um acidente. Garrincha estava alcoolizado e bateu o carro em que estavam ele, a mãe de Elza e a filha mais nova. Anos depois, Elza se divorciou de Garrincha, mas quando ele morreu, em 83, foi um grande baque para ela. Três anos depois, outro filho de Elza morre tragicamente, e ela entra em depressão profunda.
Mas forte e guerreira como ela, Elza se recuperou e ficou conhecida por, apesar de tantas tragédias pessoais, aparecer sempre sorrindo em seus shows. Em 2015, um último baque: seu filho mais velho morreu de infecção urinária. Elza ficou abalada, e o Brasil, comovido. mas ela segurou as pontas e deu a volta por cima.
O resultado foi o maravilhoso A Mulher do Fim do Mundo, lançado ano passado e ganhador de um Grammy. O disco fez com que Elza Soares fosse citada pelo New York Times e, sem dúvidas, é uma ode ao poder feminino. Em uma das faixas mais importantes, Maria de Vila Matilda, Elza fala sobre violência doméstica e, em entrevistas, ela já admitiu que se trata de sua própria história.
Tem como uma mulher dessas não ser absolutamente incrível?
Fotos e vídeo: Reprodução