Ao longo dessa semana, contamos histórias inspiradoras de mulheres incríveis. Começamos com a atriz Viola Davis, e seus emocionantes discursos… Depois foi a vez da cearense Francisca Clotilde, muito à frente de seu tempo. Depois, veio a atleta Ronda Rousey, que abriu as portas do Ultimate Fighter (UFC) para as mulheres. E ontem, relembramos a história de força e determinação de Elza Soares.
Tantas mulheres, tantas histórias… E para encerrar nossa série especial, não podíamos deixar de falar de uma mulher trans, talvez não a primeira, mas uma muito importante: a quadrinista Laerte.
Laerte Coutinho nasceu homem. Por anos e anos, ele fez fama com suas charges e cartuns, principalmente depois de unir-se a Angeli e Glauco na série de tirinhas Los Tres Amigos. Laerte já participou de publicações como O Pasquim, e lutou contra a ditadura – de seu jeito, com sua arte.
Na televisão, Laerte participou de produções como TV Pirata e Sai de Baixo. Ele chegou a escrever scripts até da TV Colosso e para o quadro Vida ao Vivo, do Fantástico. Hoje, tem um programa de entrevistas no Canal Brasil chamado Transando com Laerte.
Até aqui, nada de mais, ok? Aí que vocês se enganam. Em 2010, em uma entrevista à Folha de São Paulo, Laerte fez uma importante revelação: admitiu ser adepto do crossdresser e se assumiu como transgênero. Desde então, passamos a ver Laerte de outra forma: com cabelos longos, maquiagem leve, vestido como a mulher que ele é.
Hoje, com 66 anos, Laerte faz parte das pessoas que lutam pela visibilidade trans e buscam combater a transfobia – o preconceito contra transgêneros. Ele chegou a deixar alguns de seus personagens de lado e, ao contrário do que o nome possa sugerir, ele não trata apenas de sexualidade em seu programa de entrevistas. Ela admite que ser famosa e madura ao admitir sua sexualidade ajudou para que ela fosse bem recebida.
O Brasil é, hoje, o país do mundo que mais mata pessoas transgêneras e Laerte é um dentre tantos nomes de destaque entre os transgêneros. Nomes como Valentina, Laverne Cox, Liniker, Caitlyn Jenner engrossam essa lista de pessoas que lutam para ter direitos iguais aos de qualquer outra pessoa.
E, ao longo dessa semana, contamos histórias incríveis de todos os tipos de mulheres, para inspirar e lembrar que respeito é devido a qualquer ser humano, seja mulher, seja cis, trans, homo, o que for!
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