Sexo frágil? Mulheres produzem metade da ciência no Brasil

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“Toda mulher já pode ser o que é! Toda mulher pode fazer o que quiser!” O trecho faz parte do refrão da música “Toda Mulher”, da cantora Bárbara Zidone, e apesar de parecer clichê demonstra bem o poder do rotulado sexo frágil quando decidido romper paradigmas e empodera-se. E já que estamos em um mês inteirinho dedicado a mulherada, é fundamental ressaltar o espaço que elas vêm conquistando a cada dia. Como na ciência, por exemplo, espaço antes tido como predominantemente masculino.

Para quem anda desinformado, é bom ficar bem ciente que a proporção de mulheres que publicam artigos científicos – principal forma de avaliação na carreira acadêmica – cresceu 11% no Brasil nos últimos 20 anos. O que isso quer dizer? Significa que agora elas publicam quase a mesma quantidade que os pesquisadores homens (49%).

Esses resultados são parte do relatório Gender in the Global Research Landscape, divulgado na primeira semana de março pela Elsevier, maior editora científica do mundo. O material considerou informações de dados da publicação acadêmica feita por mulheres em 11 países e na União Europeia em dois períodos: de 1996 a 2000 e de 2011 a 2015.

O relatório ainda aponta que Brasil e Portugal, comparados aos outros países pesquisados, são os que mais possuem publicações feitas por mulheres.

Na Austrália, Canadá, Dinamarca, França e Reino Unido, a porcentagem chega a 40% do total, o que, para a pesquisa, já é considerado patamar de igualdade. Só para se ter uma ideia: Portugal era o único que, no período de 1996 a 2000, já contava com taxas de publicações de mulheres superiores a 40%.

Os dados da pesquisa realmente são de encher o peito de orgulho, mas vamos ser sinceras? A grande verdade é que, seja pela atenção minuciosa aos detalhes, a sensibilidade para a mudança ou a capacidade de realizar várias tarefas ao mesmo tempo, há tempos a mulherada vem – mesmo que em passos lentos – conquistando o seu espaço e mostrando que o tal sexo frágil é para quem não tem coragem de conquistar o seu espaço.

Fotos: Reprodução. 

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