Pacientes apontam dificuldades para ter acesso a novos tratamentos para câncer

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O diagnóstico do câncer é uma descoberta assustadora que pode desequilibrar uma família inteira. Para enfrentar o tratamento, é necessário muita coragem e determinação. No entanto, muitas pessoas diagnosticadas parecem não estar tendo direito ao tratamento no estado do Ceará.
Com base nisso, a Comissão de Seguridade Social e Saúde da Assembleia Legislativa promoveu um debate, na quarta-feira (26), com o intuito de evidenciar as dificuldades enfrentadas por pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS) para ter acesso a novos medicamentos no tratamento de casos de câncer metastático.

Autora da iniciativa, a deputada Fernanda Pessoa (PR) informou que há mais de dez anos não são ofertados novos tratamentos na rede pública de saúde. A parlamentar destacou também as ações da Frente Parlamentar em Defesa dos Direitos das Mulheres, presidida por ela, que conseguiu arrecadar mais de R$640 mil e doou o valor para a realização de biopsias de mama e próstata.

→ Carências de financiamento

O médico Marcus Gifoni, membro da Câmara Técnica de Oncologia do Conselho Regional de Medicina, explicou que a introdução de novos medicamentos pelo SUS requer um trabalho complexo. Segundo ele, há esforço orçamentário e são cada vez maiores os gastos do SUS com a oncologia, porém eles não têm sido suficientes. “O sistema tem sérias carências de financiamento, e o paciente é vítima de uma grande jornada de sofrimento”, ressaltou o médico.

Na ocasião, a representante do Conselho Estadual de Saúde, Marlúcia Ramos, confirmou as dificuldades enfrentadas por pacientes do interior do estado e afirmou que poucos prefeitos têm compromisso com a saúde dessas pessoas.

O médico Luiz Porto, do Comitê Estadual de Controle do Câncer no Ceará, defendeu o desenvolvimento de mais esforços para o diagnóstico precoce, para evitar a metástase e aumentar o índice de cura. Ele explicou ainda que há recursos garantidos para a realização de mamografia para mulheres entre 50 a 69 anos, mas um terço dessas mulheres não faz os exames. “Falta informação e falta melhor acolhimento nos postos de saúde também”, pontuou o médico.

Agora é torcer para que os parlamentares encontrem alternativas para lutar pelos direitos dessas pessoas que passam por uma fase tão difícil.

Fotos: Reprodução. 

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