Curso que ensina mulheres com deficiência visual a se maquiarem ganha prêmio

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É possível aplicar cílios postiços ou fazer um delineado perfeito sem enxergar? Ou mesmo como fazer uma maquiagem básica quando se tem baixa visão? Pois bem, mulheres cegas e com baixa visão desmistificam isso. Como? Apendendo técnicas de make e superando seus desafios no curso de automaquiagem para pessoas com deficiência visual.

É o projeto social Muito Além da Beleza, idealizado pela relações públicas Sandra Tacla e pelo jornalista Henrique Malveis, da Tacla Consultoria de Comunicação. O curso formou gratuitamente mais de 70 participantes e segue para a sexta edição no segundo semestre deste ano.

Pois bem, o projeto Muito Além da Beleza foi o grande vencedor do Prêmio Cabelos&Cia 2018, na categoria responsabilidade social.

A iniciativa social oferece aulas de maquiagem teóricas e práticas para valorizar a diversidade e melhorar a autoestima das participantes. O projeto foi inspirado na influenciadora cega Lucy Edwards. Ela ganhou notoriedade na Inglaterra por ensinar tutoriais de maquiagem em seu canal no YouTube. No Brasil, ele foi desenvolvido com pioneirismo pela maquiadora e consultora de imagem do Jacques Janine, Chloé Gaya.

Foi ela quem criou a técnica aplicada no curso, em parceria com a equipe especializada da Laramara – Associação Brasileira de Assistência à Pessoa com Deficiência Visual.  Durante o curso, as alunas aprendem técnicas desde a preparação da pele, passando pelas funções dos produtos, a combinação de cores, até truques de como delinear os olhos e aplicar cílios postiços.

Para criar o curso, Chloé uniu sua experiência como maquiadora à expertise da Laramara em desenvolver a autonomia das pessoas com deficiência visual. A ideia era para oferecer o melhor conteúdo e adaptar as técnicas ensinadas. “É emocionante mostrar para essas mulheres que elas podem e conseguem se maquiar sozinhas, de modo único e independente. Este projeto baseia-se na importância da valorização das brasileiras com necessidades especiais e, principalmente, na inclusão social”, explica Chloé.

Experiência nas pontas dos dedos
O exercício de mapear o próprio rosto e identificar seus traços por meio do tato faz um convite para o autoconhecimento das participantes. Isso contribui para a adaptação das técnicas de maquiagem aplicadas durante as aulas. Assim é possível, por exemplo, entender qual é a região para o uso do blush ou o limite que a sombra pode chegar ao côncavo.

Com o patrocínio da Vult Cosméticos, que doou os itens de make, e o apoio da KISS New York, empresa responsável por oferecer cílios postiços e cola, as mulheres com deficiência visual são apresentadas a um mundo de cores, texturas e tendências de maquiagem. Para isto, os produtos são identificados em braille, sistema de leitura e escrita dos cegos, e com legendas ampliadas para quem tem baixa visão.

Notou como beleza é sim, feita para todo mundo? Quem sabe alguém não se habilita a fazer uma iniciativa parecida em outros estados?

Fotos: Reprodução

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