Viver com a própria sexualidade nem sempre é tarefa fácil, seja ela qual for. Mas em um país preconceituoso como o Brasil, se a sexualidade de uma pessoa for diferente do que é tido como “correto” – se é que isso existe – a coisa pode ficar ainda mais complicada do que já é. Ultimamente, palavras como ‘trans’, “cigênero”, ‘binário’, ‘não-binário’ e outras mais aparecem, com cada vez mais frequência, ligadas à questões de sexualidade e são questões cada vez mais discutidas.
E acaba de ser lançado um livro que aborda a transgeneridade, ou seja, o desafio daquelas pessoas que não se identificam com o próprio sexo biológico enfrentam diariamente. Vidas Trans – A Coragem de Existir traz relatos de quatro pessoas trans sobre a decisão de serem quem desejam ser e não o que suas genitálias indicam.
O livro foi lançado pela editora Astral Cultural, e possui dois prefácios. Um deles foi escrito por Laerte Coutinho, cartunista e chargista brasileira trans. O outro foi escrito pela psicóloga e pesquisadora Jaqueline Gomes de Jesus, primeira mulher transexual e negra a receber a medalha Chiquinha Gonzaga, que reconhece quem se destaca em prol de direitos humanos, artísticos, democráticos e culturais.
Com histórias dos trans Amara Moira, João W. Nery, Márcia Rocha e T. Brant, que também são autores da obra, Vidas Trans procura mostrar que a transexualidade não é um transtorno, uma doença ou um problema psiquiátrico. Pelo contrário, é algo mais simples: a pessoa não se identifica com o gênero que lhe designaram ao nascer. E isso significa não se obrigar a viver uma vida com a qual não se sente à vontade.
A luta é para que cada pessoa tenha o direito de experimentar, ir atrás de descobrir quem é e que possa viver da forma como se entende, como melhor se sente, sem ser discriminada por isso, segregada, ver seu direito à vida, à família, ao estudo, ao trabalho postos em risco. Afinal, nada mais libertador do que poder se olhar no espelho e amar o que você vê.
Com previsão para chegar às livrarias em junho, Vidas Trans – A Coragem de Existir mostra que é possível ser feliz com o corpo, estilo, orientação sexual e identidade de gênero, seja quem for.
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