Quando o assunto é saúde, quanto mais informações possuirmos, maiores são as chances de prevenção e erradicação de certas doenças graves, como a Leishmaniose. Com isto em mente e para finalizar a intensa jornada de trabalhos durante a V Semana Nacional de Controle e Combate às Leishmanioses, a Prefeitura de Fortaleza, por meio da Célula de Vigilância Ambiental e de Riscos Biológicos, da Secretaria Municipal da Saúde (SMS), realiza, nesta sexta-feira (11), o IV Seminário de Atualização em Leishmaniose, no auditório da biblioteca da Universidade de Fortaleza (Unifor), das 8h às 17h.
O encontro tem como finalidade principal debater e orientar sobre a Leishmaniose Visceral Canina, abordando desde o seu vetor, ciclo reprodutivo, formas de contágio, até a prevenção ao homem e ao animal, além de discutir sobre os avanços e desafios da doença no âmbito municipal. Na ocasião, acontecerá também o lançamento do primeiro Boletim de Vigilância Epizootiológica da SMS, que tem como finalidade fortalecer a área de conhecimento e publicações de dados relativos à população animal, bem como os fatores condicionantes e determinantes em relação ao meio ambiente, as mudanças dos processos produtivos, a ocorrência e distribuição das doenças zoonóticas incidentes e prevalentes nos animais, entre outros pontos relevantes.
Durante o evento, serão realizadas palestras e mesas redondas sobre Programa Nacional de Controle da Leishmaniose Visceral: Situação atual e perspectivas futuras; Evidências científicas de intervenções para o controle da Leishmaniose; Aspectos Epidemiológicos da Leishmaniose Visceral no Estado do Ceará: Panorama Atual e Perspectivas para o Controle; A Imunoprofilaxia como Ferramenta Estratégica para o Controle da Leishmaniose Visceral; Vigilância e Controle dos Vetores das Leishmanioses; Vigilância e Controle dos Vetores das Leishmanioses no município de Fortaleza; Utilização da coleira como método preventivo da Leishmaniose visceral canina; Situação da Leishmaniose Visceral no Município de Fortaleza.
Entre os explanadores, está o Dr. Francisco Edilson Ferreira, representante do Ministério da Saúde; Dr. David Soeiro, da Universidade Federal de Minas Gerais; Dr. Francisco Anilton Alves, do Laboratório Hertape Ceva Saúde Animal S/A; Dra. Marielle Medeiros, do Laboratório MSD Saúde Animal; Dr. Luís Oswaldo Rodrigues, da Secretaria da Saúde do Estado do Ceará; Dr. Nélio Morais, Coordenador da Coordenadoria de Vigilância à Saúde (Covis) da SMS, dentre outras importantes contribuições.
Ao longo dessa última semana, foram realizados diversos seminários, palestras, gincanas, exposições de trabalhos, programações culturais e debates sobre a Leishmaniose, organizados pelos profissionais de saúde da SMS e os educadores do Núcleo de Educação em Saúde e Mobilização Social (Nesms), nas seis Regionais e no Centro da Capital.
Entenda a doença
A Leishmaniose é uma doença infecciosa, porém, não contagiosa, causada por parasitas do gênero Leishmania. Os parasitas vivem e se multiplicam no interior das células que fazem parte do sistema de defesa do indivíduo, chamadas macrófagos. Há dois tipos de leishmaniose: leishmaniose tegumentar ou cutânea e a leishmaniose visceral ou calazar. A leishmaniose tegumentar caracteriza-se por feridas na pele que se localizam com maior freqüência nas partes descobertas do corpo.
Tardiamente, podem surgir feridas nas mucosas do nariz, da boca e da garganta. Essa forma de leishmaniose é conhecida como “ferida brava”. A leishmaniose visceral é uma doença sistêmica, pois, acomete vários órgãos internos, principalmente o fígado, o baço e a medula óssea. Esse tipo de leishmaniose acomete essencialmente crianças de até dez anos; após esta idade a ocorrência da doença se torna menos freqüente. É uma doença de evolução longa, podendo durar alguns meses ou até ultrapassar o período de um ano.
Fotos: Reprodução