O governo brasileiro quer devolver o lixo hospitalar, que entrou de forma ilegal no país no porto de Pernambuco, aos Estados Unidos. A iniciativa é resultado de uma série de investigações que envolveram as polícias Civil e Federal, técnicos da Secretaria da Fazenda, da Receita Federal e da Vigilância Sanitária e também do Federal Bureau of Investigation (FBI, “Departamento Federal de Investigação” em português).
O lixo hospitalar foi apreendido no mês de outubro, em dois contêineres. Eles somavam 46 toneladas de lençóis sujos, além de restos de materiais usados em hospitais dos Estados Unidos. A apreensão foi feita no Porto de Suape, litoral sul de Pernambuco. O material saiu do Porto de Charleston, na Carolina do Sul. O destinatário era uma empresa de Santa Cruz do Capibaribe, no agreste pernambucano.
O relator da comissão que investiga o caso, deputado Delegado Protógenes (PcdoB-SP), fala como conduziram a situação: “Lacramos os dois contêineres e, a partir disso, juntamos esforços com a Polícia Federal, a Ordem dos Advogados Brasileiros e o Ministério das Relações Exteriores para obter a solução mais adequada”. Segundo o relator, os lençóis com logotipos militares de hospitais de campanha americanos no Afeganistão e no Iraque, foram encontrados nos dois contêineres vistoriados.
O material encontrado em Pernambuco ainda chegou em outros estados: em João Pessoa, na Paraíba e no comércio atacadista de Fortaleza, no Ceará. Protógenes, diz que, o Ministério das Relações Exteriores já foi acionado para tratar da devolução imediata do material aos Estados Unidos. “Decidimos devolver o lixo. Não queremos fazer a incineração aqui, se isso ocorrer, que seja no território americano”, disse o deputado à Agência Brasil. Protógenes ressalta que o relatório final da comissão sai ainda este mês.
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