A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Câmara Municipal de Fortaleza, instaurada para apurar a dimensão da exploração sexual de crianças e adolescentes, apresentou ontem, o relatório que evidencia 74 pontos de exploração sexual infanto-juvenil na capital. Foram seis meses de trabalho para que o relatório ficasse pronto. O relatório constata que a exploração sexual infanto-juvenil ocorre em diversas regiões de Fortaleza, da periferia à orla marítima, não estando necessariamente vinculada ao turismo. São Restaurantes, bares, boates, motéis e flats, que não terão os nomes divulgados para não comprometer as investigações. O relatório será entregue ao Ministério Público Estadual.
“Não é só o turista que explora sexualmente, mas também a própria população que aqui mora”, afirmou o presidente da CPI, vereador Antônio Henrique (PTN). O relatório da comissão indica que a rede de exploração sexual de crianças e adolescentes em Fortaleza está mais organizada. Os 74 pontos estão distribuídos em calçadas, esquinas e bares na Barra do Ceará, Praia do Futuro, avenida Osório de Paiva, Centro, Benfica, Aldeota, Jangurussú, avenida Padaria Espiritual e avenida José Bastos, por exemplo.
Segundo o relatório apresentado pela comissão, 56% dos que incetivam as crianças e adolescentes a fazerem programa são amigos. Dos envolvidos na rede de exploração, 50,7%, são turistas estrangeiros; 22,5% são visitantes nacionais e 23,2% são moradores da capital. O relatório final da CPI traz várias recomendações para combater a exploração sexual de crianças e adolescentes na cidade, entre elas: a criação da Comissão Municipal Permanente de Prevenção à Exploração Sexual Comercial de Crianças e Adolescentes, que teria a missão de realizar reuniões temáticas com o Poder Judiciário, Executivo e Movimentos Sociais e blitzes educativas nos locais apontados pelo relatório, como destaca a vereadora Eliane Gomes (PcdoB).
Resta agora, esperar que as ações propostas possam ser realmente concretizadas, e ajudem a dar fim a este cenário que mancha a imagem da cidade, e sobretudo, marca negativamente a vida destas crianças e adolescentes vitimas desse tipo de exploração.
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