Ele é multi facetado, multi talentoso e está apenas começando! Ricardo Tozzi tinha uma carreira de sucesso no mundo dos negócios, mas um dia resolver largar tudo e seguir a sua verdadeira paixão, o teatro. Daí, não parou mais; Foram peças, novelas, seriados e Tozzi caiu imediatamente nas graças do público e se tornou um dos atores mais requisitados da atualidade. Após participar de Bang Bang, Caminho das Índias, sua consagraçào veio no ano passado, como o Douglas, de Insensato Coração. Este ano, Ricardo se prepara para mais um desafio ao interpretar um acrobata em “Dercy de verdade”, minissérie de Maria Adelaide Amaral que estreia no próximo dia 10. Para o ator, não importa o personagem, o importante é se dedicar de corpo e alma!
Na vida pessoal, o ator é calmo e reservado, valoriza muito os amigos e a família e ainda não aderiu ao fenômeno das redes sociais.
Aos 36 anos, Ricardo Tozzi é símbolo de sucesso em tudo que faz, seja nos palcos de teatro, em novelas ou nas passarelas como modelo. O Ator parou alguns minutos do seu dia atribulado e conversou com nossa editoria-chefe Lívia Saboya sobre a profissão, projetos, sonhos, sua rotina e sua história. Confira o bate-papo na íntegra!
Lívia Saboya – Você trabalhava como executivo para grandes empresas do mercado financeiro antes de se tornar ator. Como aconteceu essa mudança radical?
Ricardo Tozzi – Essa grande mudança começou com uma atitude muito simples, comecei a ouvir o que dizia o coração. Na minha opinião, esse é o primeiro passo para o autoconhecimento: deixar um pouco a razão de lado e começar a imaginar onde você gostaria de estar. Em pouco tempo percebi que mesmo traçando um caminho de sucesso estava indo para o lado errado e fui em busca do que realmente queria e buscava. Descobri o teatro e a plena realização, a transição de uma carreira para a outra foi inevitável.
L.S – Quem planeja trabalhar com arte ainda enfrenta bastante preconceito, mesmo diante da família. Como foi a reação de seus familiares, amigos e colegas de trabalho em relação a sua transição profissional entre a carreira administrativa e os palcos?
R.T – Durante os 3, 4 anos que estudei teatro – de noite e finais de semana, enquanto ainda trabalhava como executivo – não contei para absolutamente ninguém, era um caminho meu, não queria interferências, nem preocupar minha família. Na hora de começar a trabalhar como ator profissional já tinha plano e perspectivas traçadas. Em seis meses já tive trabalho, minha primeira novela, o que deixou todos mais calmos. Hoje percebo que as pessoas admiram o que fiz, mas tenho certeza que as mesmas não teriam me apoiado.
L.S – Sua primeira experiência na televisão foi na novela Bang Bang. Quais as diferenças entre TV e teatro mais impactantes nessa transição?
R.T – Me apaixonei por teatro. O palco é espiritual para mim, acho que é onde o ator deve se formar e crescer, principalmente porque acontece na cara da platéia, não tem truque nem tecnologia que te proteja. Ao mesmo tempo adoro fazer tv, tanto quanto teatro. Tenho orgulho de fazer parte desta grande indústria brasileira, e a diferença é justamente essa, é uma indústria, e funciona como tal.
L.S – A rotina de um ator é mais frenética do que muita gente imagina. Em período de gravação, o que muda e o que você faz questão de manter em seu dia a dia?
R.T – Durante uma novela, existimos para isso, literalmente. Nossa vida segue um roteiro feito pela produção e já aprendi a não encarar isso como um problema. Durante este período não dá nem para garantir que estará no casamento do seu irmão, por exemplo. É uma rotina realmente cansativa, mas eu gosto. Sou um cara trabalhador.
L.S – Você já recusou algum papel? Que motivos te levariam a escolher não atuar em alguma novela ou peça? Existe algo que Ricardo Tozzi não toparia fazer?
R.T – Já neguei trabalhos. Não saberia explicar porque exatamente, sigo minha intuição. Acho importante querer muito fazer uma personagem, contar aquela historia, este é um bom começo.
L.S – Mocinho ou bandido? Em qual desses papéis você prefere atuar?
R.T – Bons papeis independem do perfil ou do gênero. São bem escritos, construídos e contextualizados.
L.S – Existe algum personagem de um livro ou personalidade histórica que você sonhe em representar no cinema, na televisão ou no teatro? Qual seria?
R.T – Muitos. Rei Lear, por exemplo, daqui a muito tempo. É um sonho meu.
L.S – Após atuar como Douglas, em Insensato Coração, o assédio das fãs aumentou consideravelmente. Quais os prós e contras em ser tão querido pelo público feminino? Como você lida com todo o assédio?
R.T – Para mim o assédio significa que o personagem se comunicou com o público, é um retorno do sucesso do trabalho. Só posso achar isso bom, muito bom. Ruim é não ter.
L.S – Você é sempre muito requisitado para atuar como modelo ou participar de desfiles pelo Brasil inteiro. Você se interessa por moda? Como descreveria seu estilo?
R.T – Moda é criação, é arte, admiro esta forma. Não sigo tendências, me visto com conforto. Acho que meu estilo é básico puxado para o clássico! (risos) Sempre acho difícil responder essas coisas, não sou muito entendido.
L.S – Qual foi a situação mais inusitada ou engraçada que você já passou em algum trabalho, seja como ator ou como modelo?
R.T – Hoje dou risada, mas foi um grande susto que levei: sairam duas meninas do closet de um hotel que me hospedei…
L.S – Hoje em dia, todos estão, de alguma forma, ligados ao movimento das redes sociais, como Twitter e Facebook, principalmente no ramo do entretenimento. Como funciona a sua interação com os fãs nas redes? Você tem perfil no Twitter ou Facebook?
R.T –Minha interação com o público é através do meu trabalho, das personagens, essa é a minha proposta, o que acho interessante. Não vejo credibilidade nestas redes, a maioria dos perfis são falsos. Acho complicado. Fico fora.
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