Ano novo com problemas de ano velho. A paralisação dos policiais militares do Ceará tinha sido anunciada, e está sendo cumprida. O Governador do Estado, Cid Gomes, decretou ‘estado de emergência’, e com o objetivo de manter a ordem pública, um contingente de 2.449 militares do Exército Brasileiro e da Força Nacional de Segurança (FNS), estão ocupando as ruas da capital e, de alguns municípios da região metropolitana, segundo o comando da 10ª Região, na “Operação Ceará”. A ação é pra substituir o efetivo da Polícia Militar que está em paralisação.
Em paralisação desde a última quinta-feira (29), os policias militares e bombeiros tiveram adesão também de pelo menos 10 homens das Rondas de Ações Intensivas e Ostensivas (Raio). Eles estão ocupando o Quartel da 6ª Companhia do 5º BPM (Antônio Bezerra). Em todos as imagens do local da paralisação, boa parte deles aparece com camisetas ou máscaras no rosto para não serem identificados. Na sexta-feira (30), uma tentativa de negociação mediada pela procuradora-geral de Justiça, Socorro França, aconteceu na sede do Ministério Público Estadual (MPE). A negociação rendeu um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) manuscrito, mas foi frustada pelo fato do documento não ter sido assinado pelo procurador-geral do Estado, Fernando Oliveira.
Mesmo a paralisação não sendo total, o Exército e a Força Nacional de Segurança continuaram nas ruas até que tudo se normalize. Eles estão usando veículos próprios do Exército para a locomoção. Na manhã desta segunda-feira (02), o arcebispo de Fortaleza, Dom José Antônio Tosi, vai tentar intermediar uma conversa entre uma comissão dos policiais e bombeiros paralisados e o governador Cid Gomes, afim de, tentar um acordo para a suspensão da paralisação.
Entre as reivindicações dos policiais e bombeiros está o aumente de salário e de efetivo, como já mencionamos aqui No Pátio. Quanto a população, o comando da operação no Ceará, diz que as pessoas podem continuar usando o 190 para os casos de emergência como de costume. Fica agora a expectativa de que a situação seja resolvida, e 2012 possa realmente começar com mais segurança, que com certeza deve ter sido o pedido de muitos cearenses para o ano novo.
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