Agosto é o mês da Visibilidade Lésbica, e mais precisamente, o dia 29 de agosto é o Dia Nacional da Visibilidade Lésbica. Segundo a Comissão dos Direitos Humanos e Minorias, “o dia nacional da visibilidade lésbica marca um momento de lutas e resistência. A histórica discriminação das pessoas LGBT, materializada muitas vezes em assassinatos, agressões físicas e verbais tem limitado acesso aos direitos.(…) A ausência de políticas incisivas de combate ao chamado “estupro corretivo”, motivado pela intenção lesbofóbica de corrigir a orientação sexual das lésbicas, e a invisibilização das mulheres lésbicas mesmo quando os debates LGBT estão em voga, são questões que merecem atenção especial e batalhas por transformação”.
A data é extremamente importante, visto que o Brasil é um dos países com maior índice de violência contra LGBTs. E mais do que apenas lembrar dela, destacamos um especial da Netflix que tem dado o que falar: Nannete, da atriz e humorista australiana Hannah Gadsby.
1 – Esqueça tudo o que você sabe sobre stand-up comedy
Em seu especial, ela desconstrói totalmente o conceito de stand-up comedy. Hannah é lésbica de uma cidade do interior da Austrália. E engana-se quem pensa que nos países mais desenvolvidos não há homofobia. Foi no humor autodepreciativo que ela encontrou seu público e sua zona de conforto. E alcançou o sucesso.
Porém, em Nanette, ela decide que vai acabar com isso, e acaba tirando a plateia de sua zona de conforto também. Com pequenas verdades inconvenientes, ela nos faz rir em um primeiro momento para, em seguida, pensar sobre tudo o que está sendo dito.
2 – No palco, nada mais do que uma mulher que se reconstrói
Hannah se reinventa como comediante e como mulher ao longo de Nanette. Ela deixa claro que não aguenta mais esse humor autodepreciativo e que, na verdade, ninguém deveria se colocar menor do que é. “Você compreende o que a autodepreciação significa quando vem de alguém que já é marginalizado? Não é humildade, é humilhação”, diz ela. O resultado é que ela transmite esse poder para os expectadores.
3 – É um especial para todo mundo
Se você acha que Nanette é apenas para mulheres lésbicas assistirem, se enganou. Todos devem assistir a esse especial simplesmente porque ele fala sobre seres humanos! Claro que ela acaba abordando mais assuntos ligados ao machismo, feminismo e homofobia, mas… Entre tantos relatos que misturam humor e drama, o que vemos é um ser humano em busca de conexão, de empatia com outros seres humanos.
4 – É divertido! Mas faz pensar…
Entre todos os motivos para assistir Nanette, um dos mais importantes é esse: o especial é divertido! Na primeira metade do show, Hannah vai desconstruindo, de forma muito bem humorada, pequenos conceitos do dia a dia ligados ao mundo LGBT e feminismo. Mas, a partir da segunda metade, ela é quase uma metralhadora: é um tiro atrás do outro quando ela resolve apontar pequenas grandes verdades da sociedade em relação às lésbicas.
5 – É emocionante
Sem querer dar spoiler… Tudo o que podemos dizer é que não tem como não se comover com as palavras de Hannah Gadsby. Com a história que ela conta. E com a dureza da vida de quem não é “como a sociedade queria que ela fosse”. Você certamente vai se identificar com alguns pontos da história, seja com o que a própria Hannah viveu ou com o que fizeram com ela…
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