Chega o fim de ano e sempre vem a mesma coisa: as propagandas de peru e Chester! hehehehe… E este ano a Perdigão resolveu repetir a campanha do ano passado em que doa um Chester ou peru para uma família necessitada por ave que for comprada. Acontece que o comercial da Perdigão no qual a campanha é divulgada acendeu uma discussão acalorada nas redes sociais, que acusou a campanha de ser racista.
O vídeo mostra a história de duas famílias: uma pobre que está jantando o Chester doado, extremamente agradecida pela doação. E outra, que também está consumindo a ave e felizes por terem feito também uma boa ação. Até aqui tudo bem, a ação de fim de ano da marca fica bem clara: para cada ave comprada outra é doada. O problema foi como o comercial da Perdigão representou essas famílias.
No vídeo, a família pobre é negra, e quem fala agradecida é a mulher. Já a família rica, que comprou a ave que gerou a doação, é branca. E quem fala orgulhoso da boa ação é um homem. Olha só o comercial:
Segundo usuários do Twitter, o problema foi justamente a representação. O comercial estaria reforçando o estereótipo de que famílias pobres são negras e chefiadas por mulheres.
a campanha de natal da Perdigão é um poço de racismo, de representação do branco bondoso e do negro feliz pela caridade. surreal. https://t.co/fHdDwxj3E8
— Maria Guimarães (@mariamguimaraes) 27 de novembro de 2018
Cara, a ideia da Perdigão de doar um Chester a cada um que for comprado é muito boa.
A execução da campanha é cagada mesmo. Não tinha ninguém pra falar que TALVEZ não fosse uma boa ideia fazer esse contraponto familia rica branca/familia pobre preta? https://t.co/ceC6LV6XEp
— Gabi Bianco (@gabibianco) 27 de novembro de 2018
Mais um exemplo de como o racismo é estrutural e influencia na maneira a qual negros são vistos. E pior, como o branco é retratada como o “salvador” do negro.
Então se é preto só pode ser pobre e necessitado, dona Perdigão? https://t.co/1GhZslCZR1— Luiz (@whosluiz) 27 de novembro de 2018
Nem eu! O estereótipo do homem de bem que resguarda a própria família e também a da mulher negra desamparada que só pode ter um peru na ceia de natal após finalmente seu herói ter comprado um peru Perdigão
— Thatu Nunes ?Sensata (@ThatuNunes) 27 de novembro de 2018
Os usuários também deram sugestões do que poderia ter sido feito para que o comercial da Perdigão tivesse um resultado melhor:
Eles podiam simplesmente mostrar como foi ano passado, a Perdigão entregando os perus, todo mundo feliz, seja de uma familia branca ou negra.
— Rael Baudelaire (@R_Baudelaire) 27 de novembro de 2018
2 mulheres no mercado conversando e uma vai pegar peru, a outra fala: Eu só compro Perdigão. É uma tradição de anos na minha família. E agora q eles doam o peru pra famílias q precisam, quem sabe não seja o 1° ano de uma novs tradição pra eles tb? E a outra concorda e pega um tb
— Thatu Nunes ?Sensata (@ThatuNunes) 27 de novembro de 2018
Seria legal depoimentos reais, e explicar por exemplo a parceria com o Sesc e o Programa Mesa Brasil, que pelo menos até o ano passado era responsável pela distribuição dos Chesters às entidades sociais.
— Juliana (@flordeju2005) 27 de novembro de 2018
E aí, o que você acha da polêmica?