O Museu da Fotografia Fortaleza (MFF) inaugura, próximo dia 1º de junho, uma exposição inédita no Brasil, revelando um encontro histórico entre três dos maiores nomes da fotografia peruana, referência imagética até os dias atuais. Carlos e Miguel Vargas Zaconet e Matín Chambi estarão juntos mais de um século depois dos estudos realizados pelos três com os mestres Max T. Vargas e Emilio Díaz, proprietários de grandes e sofisticados estúdios do início do século XX.
“Estúdio de Arte Irmãos Vargas encontra Martín Chambi” chega a Fortaleza com curadoria de Diógenes Moura e todas as obras compõem a Coleção Paula e Silvio Frota, que reúne o maior acervo da América Latina sobre os Irmãos Vargas. A mostra traz mais de 100 fotografias destes artistas e de suas referências. No sábado, 1º de junho, a partir de 10h, acontece a abertura da exposição com visita mediada, seguida pelo monólogo: “Existência. Imagem. Abandono.”, pelo curador Diógenes Moura.
No fim do século XIX e início do século XX, as cidades de Lima, Cuzco e Arequipa foram responsáveis pelo desenvolvimento artístico do Peru. E este período teve grande significado para a história da fotografia na América Latina, diretamente ligada ao trabalho de Chambi e dos Irmãos Vargas. Foi ainda nos anos 1920 que Arequipa teve um crescimento econômico latente por consequência de altos investimentos em infraestrutura e comércio na região, o que fomentou as exportações de lã e mineração na cidade. Assim, o poder aquisitivo da população aumentou e os estúdios fotográficos multiplicaram-se para atender à nova burguesia. As imagens que estarão expostas foram realizadas entre 1912 e 1941 e são todas em preto e branco. Elas propõem um discurso amoroso onde o registro poético é uma constante, o que torna cada uma delas uma espécie de realidade perfeita, tempo preciso, calmaria.
Segundo o curador, Diógenes Moura, “Estúdio de Arte Irmãos Vargas encontra Martín Chambi” a mostra é um tesouro. “Essa exposição é preciosa, como um segredo que aos poucos vai revelando histórias de um povo que viveu no início do século XX. Ver os Irmãos Vargas ao lado de Martín Chambi é quase um ato sagrado, imbuído pelo silêncio e pela elegância de uma época passada, o que nos levará para sempre ao futuro”, explica.
Para a nova exposição temporária do MFF é preparada desde a visita mediada pelo curador e palestra, até moderna tecnologia. Diversas ações para inclusão de acessibilidade já foram realizadas pelo Museu e este material também trará a leitura de QR Code através de dispositivos móveis, para que deficientes visuais possam ouvir conteúdo descritivo acerca das obras.
Fotos: Reprodução / Fonte: Museu da Fotografia