Brasil é o 99º país do mundo em liberdade de imprensa

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A ONG Repórteres Sem Fronteiras (Repórteres Without Borders), divulgou esta semana seu ranking mundial sobre liberdade de imprensa. O Brasil perdeu 41 postos e hoje ocupa a posição de número 99. A organização diz que a perda de tantas posições do Brasil se deve ao fato da violência que o país sofre principalmente na região Nordeste e na zona que faz fronteira com o Paraguai. Outro fator que implicou na situação do Brasil no ranking, foi o fato de três repórteres e blogueiros terem morrido aqui em 2011. A organização ainda pontua fatores, como a corrupção local, a atividade de crime organizado e os atentados contra o meio ambiente, situações que a ONG reconhece como sendo perigosas aos jornalistas.

Mais grave que os dados do Repórteres Sem Fronteiras, foram os dados divulgados pela a entidade International News Safety Institute (Insi), eles acompanham casos de violência contra jornalista no mundo, e disseram que o Brasil é o oitavo país mais perigoso para o trabalho da imprensa hoje. O ranking divulgado pelo Insi e pela Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji), parceira do instituto no Brasil, diz que o país só fica atrás do México, onde os casos de violência por conta do tráfico de drogas são altíssimos, e dos países do Oriente Médio, onde a repressão contra os meios de comunicação é ferrenha.

“Muitos meios de comunicação pagaram caro por sua cobertura de aspirações democráticas ou movimentos de oposição. Controle de notícias e informações continuaram a tentar os governos e por ser uma questão de sobrevivência para os regimes totalitários e repressivos. O ano passado também destacou o papel de liderança desempenhado por internautas na produção e divulgação de notícias”, segundo nota do Insi.

Levar informação de qualidade, séria e comprometida com a causa de uma sociedade livre e democrática, não tem sido tarefa fácil para os jornalistas. Não bastasse a repressão que muitos jornalistas  já passam com seus empregadores, também tem que lidar com a violência e a possibilidade de um atentado à vida. Marcelo Moreira, presidente da Abraji, vê com preocupação a situação do país e ressalta a importância da proteção da liberdade de imprensa: “O atentado contra um jornalista é um sério atentado à liberdade de imprensa e diretamente à sociedade como um todo. Se esta situação se prolongar, o risco é de que a gente caminhe para o pior cenário possível que é o dos jornalistas passarem a se autocensurar como forma de proteção. E aí a sociedade fica limitada no seu direito à informação. Situação que já foi vivida pela Colômbia e pela que hoje passa o México”, comenta.

A organização pontua a “Primavera Árabe” como destaque na divulgação do índice. Segundo a organização, o mundo árabe, “motor da História em 2011”, experimentou mudanças importantes quando se trata da liberdade de imprensa. Alguns contrastes tomam contam desse movimento de revolta popular: a Tunísia (134) subiu 30 lugares no índice e, com muito sofrimento, deu à luz um regime democrático que ainda não foi plenamente aceito de uma imprensa livre e independente. O Barém (173) caiu 29 lugares devido à sua implacável repressão sobre movimentos pró-democracia, seus ensaios de defensores dos direitos humanos e sua supressão de todo o espaço para a liberdade.

Os países onde a liberdade de imprensa continua igual nos anos de 2010 e 2011, são os mesmos: Finlândia e Noruega, como primeiros no ranking. A Estônia aparece em terceiro lugar, logo à frente da Holanda (4º) e Áustria (5º). A ONG considera a posição do Brasil como a maior queda entre os países da América latina.

 

Foto: Reprodução

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