Dentro da programação relativa à passagem do Dia Internacional da Mulher, transcorrido no último domingo (08), o Movimento das Mulheres do Legislativo Cearense (MMLC) promoveu nesta quarta-feira (11) atividades relativas a temas de interesse do gênero feminino, no auditório do Comitê de Imprensa da Assembleia Legislativa do Ceará.
A manhã foi aberta com a oficina “Mulheres, imagem e poder”, ministrada pela consultora de imagem e estilo Deizi Klein, graduada pelo Centro Universitário Belas Artes de São Paulo e pelo Instituto Marangoni de Milão e pela Universidade Belas Artes.
Durante a apresentação, Deizi Klein explicou que a imagem da mulher evolui através do tempo e desde o início do século passado vem passando por transformações decorrentes das evoluções nas esferas econômica e política do mundo. “Se antes ela era educada e moldada para ser mãe e esposa, no decorrer do tempo ela passou a ocupar funções no mercado de trabalho, primeiramente substituindo os homens iam para as batalhas durante as guerras, e em seguida por decisão pessoal”, explanou.
A consultora explica que a imagem da mulher vem sendo trabalhada conforme ela foi mudando com o tempo, adotando novos comportamentos diante da realidade da vida. “Ela passou por uma transformação muito grande de sua imagem e no espaço que ocupa na sociedade. Essa transformação mudou o âmbito familiar e social, transformando a identidade de quem a mulher é”, acentuou.
MULHER NA POLÍTICA
Após a participação de Deizi Klein, foram realizadas palestras sobre o tema “As mulheres que fazem a história do Ceará – Recorte histórico de diversas mulheres que ajudaram a construir político, social e culturalmente o Ceará”, ministradas pelas professoras Irlys Barreira e Monalisa Lopes, professoras de Sociologia da Universidade Federal do Ceará (UFC).
Monalisa Lopes destacou a diferenciação entre ações desempenhadas por mulheres detentoras de mandatos eletivos com temas pontuais, relacionados ao que se classifica como “soft politics”, que tratam de demandas relacionadas a comportamento, por exemplo, ficando aos homens reservados o encaminhamento de demandas do poder público relacionadas a “hard politics” – temas relacionados à economia, sobretudo.
As professoras trataram ainda de questões como a dificuldade de acesso das mulheres a um maior número de mandatos nas casas legislativas, bem como apontaram pequena quantidade de mulheres exercendo o papel de lideranças partidárias nos parlamentos. “É importante que não se busque reproduzir na esfera política situações que ocorrem na esfera doméstica”, destacou Irlys Barreira ao apontar necessidade de avanços para as mulheres em postos de comando político.
AÇÕES DA ASSEMBLEIA
Antes da apresentação, a presidente do MMLC, Meire Costa Lima, saudou todas as mulheres presentes e fez um breve resumo das atividades desenvolvidas pela entidade, buscando assegurar participação e direitos das mulheres. Ela lembrou que a Assembleia hoje só possui seis representantes mulheres em meio a 46 parlamentares. “Assegurar 30% das candidaturas para mulheres é ainda muito pouco”, avaliou.
Ela observou ainda que o presidente do Legislativo, deputado José Sarto (PDT) tem oferecido todos os meios para que as iniciativas realizadas pelo MMLC e pela Frente Parlamentar em Defesa da Mulher. “Também vale salientar que a Primeira Dama do Legislativo, Natália Herculano, idealizou a criação do projeto Mundo Azul, que vai dar assistência às crianças diagnosticadas com Transtorno do Espectro Autista”, afirmou.
A conselheira do MMLC Viviane Vale, também durante o evento, fez uma exposição sobre o projeto “Bem me quero”, desenvolvido pela entidade, que visa a devolver a autoestima das mulheres em cumprimento de penas. “Os homens quando estão presos continuam tendo toda a assistência de suas famílias, ao passo que as mulheres são totalmente abandonadas. O projeto vem, assim, realizando esse resgate”, acentua.
Parabéns a todas as mulheres, verdadeiras super heroínas da vida real!
Fotos: Reprodução