A visita da presidenta Dilma Roussef ao Nordeste, começa hoje (8), e deve durar dois dias. O objetivo tem como foco principal visitar as obras da Ferrovia Transnordestina e da transposição do Rio São Francisco. A presidenta deve passar por pelo menos sete municípios de Pernambuco e Ceará. Além de visitar as obras, Dilma vai também se reunir com técnicos e representantes das construtoras envolvidas nos projetos, mas não vai visitar as obras do Metrofor, previstas para ontem, mas que não aconteceram, pelo fato de ela ter cancelado a visita por conta de problemas de saúde com sua mãe.
Dilma deve desembarcar nesta manhã na cidade baiana de Paulo Afonso, de lá seguirá para a cidade de Floresta, (Pe), primeiro lugar de visita das obras do Projeto de Integração do Rio São Francisco com Bacias Hidrográficas do Nordeste Setentrional (Transposição do rio São Francisco). Além de Floresta, ela ainda vai visitar as obras da Transposição em Cabrobó (PE), sobrevoar o Eixo Norte, seguir para Mauriti (CE), e deve se reunir a noite com as empresas responsáveis por parte das obras do projeto de integração.
A agenda de Dilma Roussef vai continuar na quinta-feira (9), com visita às obras da Ferrovia Transnordestina. A Ferrovia é uma obra de 1,7 mil km que vai ligar o interior do Nordeste aos portos de Pecém (CE) e Suape (PE). Dilma começa seu roteiro de visitas pelo município de Missão Velha, onde as obras estão mais adiantadas, de lá segue para São José do Belmonte (PE) e, depois para Salgueiro. Há uma grande expectativa da visita também por parte dos prefeitos da Região do Cariri. Eles querem aproveitar o momento para pedir mais investimentos à região, dado o crescimento significativo que teve nos últimos anos.
A transposição do rio São Francisco
O projeto de responsabilidade do Ministério da Integração Nacional, pretende assegurar água para cerca de 12 milhões de habitantes de 390 municípios do agreste e do sertão dos estados de Pernambuco, do Ceará, da Paraíba e do Rio Grande do Norte. A obra deve construir mais de 600 quilômetros de canais de concreto divididos em dois grandes eixos:
- Eixo Leste, com 220 quilômetros (km), prevê a construção de canal, estações de bombeamento, reservatórios, túneis e aquedutos entre os municípios de Monteiro e Floresta, ambos na Paraíba;
- Eixo Norte, com 402 km, terá os trabalhos realizados entre as cidades de São José de Piranhas (PB) e Cabrobó (PE).
Com o lançamento do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), em 2007, a previsão era de que o Eixo Leste fosse concluído até junho de 2010, com um investimento da ordem de R$ 1,58 bilhão. Já o Eixo Norte, estava orçado em R$ 3,4 bilhões, com data para ser concluído em dezembro de 2012. Com o último balanço do PAC, feito em novembro do ano passado, alguns prazos e valores mudaram: a data de conclusão do Eixo Leste foi adiada para dezembro de 2014, e o investimento realizado somava R$ 2,8 bilhões, com R$ 1,8 bilhão já investidos entre 2007 e 2010 e mais R$ 1 bilhão previsto até 2014; já o Eixo Norte tem data de conclusão prevista para dezembro de 2015, e o investimento subiu para R$ 4 bilhões. Com R$ 1,7 bilhão já utilizados entre 2007 e 2010 e R$ 2,3 bilhões até 2014.
Ferrovia Transnordestina
Alguns trechos já estão bem adiantados, como é o caso dos 96 km entre os municípios de Salgueiro (PE) e Missão Velha (CE), que estão com 99% da infraestrutura concluída, segundo o balanço mais recente do PAC. Mas outros trechos se mostram bem atrasados no andamento das obras, como o de 420 km entre Trindade (PE) e Eliseu Martins (PI) e o de 306 km entre Salgueiro (PE) e Suape, também em Pernambuco, têm pouco mais de 30% da infraestrutura pronta.
Já a parte da Ferrovia que liga os municípios cearenses de Pecém e Missão Velha (527 km) estava com 4% da infraestrutura pronta em setembro do ano passado. A ferrovia foi incluída no PAC, também em 2007, e a expectativa inicial era que fosse concluída três anos depois. Com as alterações, o novo balanço, apresentado em novembro último, só da previsão para a conclusão das obras em dia 31 de dezembro de 2014. Em 2007, a previsão era gastar R$ 4,5 bilhões na construção da ferrovia, mas até 2010 já tinham sido investidos R$ 2,06 bilhões, com previsão de mais R$ 3,24 bilhões entre 2011 e 2014.
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