Farra na Casa Alheia lança coleção de roupas femininas!

Moda

“A melhor festa da cidade, onde você encontra pessoas bonitas, música de todos os lugares do mundo e a vontade louca de dançar e paquerar!”. Sabe do que eu estou falando? Da Farra na Casa Alheia, claro! Assim é definida uma das melhores festas de Fortaleza, comandada pelos Djs Guga de Castro e Rodrigo Fuser.

Ontem os meninos trouxeram mais uma excelente novidade. Dessa vez, para agradar a mulherada! As apaixonadas pelo mundo fashion e que curtem muito o som dos DJs da Farra foram presenteadas com uma super festa na Casa da Red Bull. O motivo? Agora a Farra na Casa Alheia tem parceria com a Moda+2! Dessa união surgiram looks simplesmente lindos, modernos, descolados e cheios de atitude. Tendências democráticas inspiradas nas mocinhas farristas que curtem o som dos DJs mais badalados da cidade.

Como tudo o que vem dos DJs Guga de Castro e Rodrigo Fuser é sempre original e criativo, nada de coquetel de lançamento de coleção ou desfiles tradicionais com modelos profissionais. Para mostrar ao mundo a mais nova linha de roupas que chegou ao mercado, nada melhor que uma boa festa no melhor estilo Farra na Casa Alheia! As sortudas escolhidas para apresentar as roupas a mulherada de plantão “passearam” pelo espaço da Casa da Red Bull em um dado momento, bem próximas aos DJs.

Exibição de coleção mais original que essa impossível! “Queríamos autenticas frequentadoras da Farra para espelhar um pouco da proposta. Mulheres bonitas, elegantes, que são originais nas suas escolhas pessoais de se vestir e também ouvir música. A escolha das meninas foi feita de modo muito natural: todas curtem a Farra e são amigas, o que facilita muito!”, foi o que o Guga nos explicou.

Personalidade, gostos, atitudes e estilo, tudo pode ser traduzido pela moda e música. Então, nada melhor que juntar os segmentos! Esse já era um desejo antigo – tanto do Guga quanto do Rodrigo – de mostrar as expressões artísticas que possuem denominadores comuns. “Vários músicos tiveram forte ligação com a moda: Sex Pistols com Viviane Westwood, Madonna, claro”, lembra Guga de Castro.

A gente bateu um papo descontraído com Guga de Castro e Rodrigo Fuser. Carreira, cenário musical cearense, vida de DJ, moda, música e, claro, o surgimento da parceria com a Moda+2 são alguns dos assuntos da nossa conversa.

No Pátio: É bem comum as pessoas terem uma visão glamurosa sobre a profissão de DJ. Mas, de fato, como ela é?

Guga de Castro: É uma profissão como outra qualquer. A diferença é que podemos beber e dançar enquanto trabalhamos. O glamour está nos olhos de quem vê! Na maior parte do tempo é muita dedicação!

Rodrigo Fuser: Como diz Guga de Castro… não tem glamour! Não tem! Muito trabalho, apenas muito trabalho. O que o público vê é o resultado final de estudo, treino, pesquisa, divulgação e produção. O farrista chega na festa as 23h da primeira sexta do mês, mas os últimos 31 dias foi só trabalho. Já fizemos de tudo. Queria muito que minha vida de DJ fosse só ali comandando o set list e mixando uma ou outra música!

NP: Como você vê esse diálogo da moda com a música, já que ambos deixam revelar a personalidade e o estilo de cada um?

GC: São duas expressões muito diretas de comunicação. Uma frase, ou um símbolo, ou um desenho em uma camiseta podem despertar ódio ou amor. Com a música é a mesma sensação. Fora o fato da moda em muitos casos expressar um comportamento musical! Vide os metaleiros, rappers, clubbers.

RF: Ninguém dança sem pensar em roupa. Uma mulher não vai para balada sem pensar horas qual a roupa que vai vestir. Os homens entraram nessa onda também. Todo mundo está bastante preocupado como vai ficar na Farra, ou em qualquer outra balada. A música é estilo, é forma de pensar, de agir. Então, a Farra na Casa Alheia é esse espaço de formação de ideias, de construção, de tendências musicais. Já li muito sobre o que falam da Farra na Casa Alheia e sempre volto a uma mesma concepção, a Farra é um lugar de reinventar! Guga está certo ao afirmar que não inventamos nada, não somos donos de nada… Eu sempre olho que a Farra apenas trouxe novamente a tona debates, conceitos e deu uma característica própria ao que estava de lado.

NP: Juntar a farra com uma coleção de roupa feminina é uma forma de reinventar o projeto Farra na Casa Alheia e chamar outros apreciadores?

GC: Também. A todo momento temos que nos reeiventar. Com uma festa não é diferente. Chegamos a dez anos no ano passado e já fizemos muito, mas temos muito mais a fazer. A moda irá nos ajudar a trilhar outros caminhos.

RF: Vou pegar o gancho da resposta anterior. Passa sim por isso, a reinvenção é uma característica da Farra na Casa Alheia. Mas, como falei anteriormente, a vida do DJ passa por pesquisas. Seja musical ou de outras formas. Recentemente fiz uma pesquisa de opinião sobre o público da Farra. Descobrimos que somos quistos e frequentados por 66% de mulheres, maioria de 70% acima de 23 anos, 75% já formada. Um público consumidor forte. Não chamamos outros apreciadores, apenas enfatizamos aquele público que era maioria. Lógico que com isso as mulheres passam a ser a bola da vez da Farra na Casa Alheia. A ideia é não ser tão tendencioso. Já estamos preparando surpresas para o público masculino. Quem sabe lançar o Guga de Castro way of life e Fuser largado de ser? (risos)

NP: O cenário musical do Ceará ainda precisa de novos incentivos para atrair mais olhares?

GC: O cenário musical e cultural brasileiro precisa. O local é pior, mas não muito mais do que no resto do país. Ainda somos muito dependes do poder público e suas ações. Se a elite dirigente do país (incluindo o Ceará) fosse mais sensível (e a tratasse de fato como algo essencial) a cultura de um modo geral poderíamos, de fato, fazer uma revolução no país. Mas, eles são muito ignorantes para isso ou muito espertos porque sabem que ter acesso a bons livros, bons discos, bons filmes é um perigo grande para eles! Com raras exceções, como a Red Bull (que é uma empresa estrangeira- diga-se de passagem), que faz do esporte e da cultura suas bandeiras.

RF: A cidade ainda cópia muito. Eu escutei outro dia que somos apenas cópias. Concordo em parte. Hegel diria que carregamos um fardo histórico. Adoro esse conceito de História. Somos reflexos de nossas experiências passadas. Construímos a parte de outros. Acho que Fortaleza está no caminho da busca da influência, apenas tem que descobrir um pouco mais sua identidade e a partir daí construir seus valores isentos de cópias. Gosto muito de ver as pessoas copiando coisas boas. Mas, quando não temos cuidado acabamos reproduzindo modelos ruins também.

NP: É a primeira vez – durante esse anos em que você trabalha como DJ – que está envolvido em um projeto assim, que alia moda à música?

GC: Não. Já fiz trilhas para desfiles de Carlos Capucho (em parceria com DJ Fil), Mark Greiner (em parceria com Rodrigo Lamarão), Agua de Coco (onde compilei diversas músicas para as lojas) e também participei de um projeto muito bacana chamado Ceará Original Soundfashion, uma grande idéia de uma amiga jornalista: Tais Aragão, que hoje mora em Porto Alegre.

RF: Sim. Estou curioso, ansioso e feliz. Estamos em um espaço novo, em uma discussão nova. Agora não podemos mais apenas achar bonito, começar a estudar de forma rasa, mas estudar o porquê dos estilos, das tendências, da moda!

NP: Foi diferente discotecar enquanto as meninas passeavam com as roupas da nova coleção?

GC: Não houve desfile. Então foi uma boa Farra! Como aquelas que fazemos no Amicis!

RF: Como foi algo diferente – mais uma apresentação do que um desfile – nem notei muito aquele cenário. Fiquei pouco nervoso! Sempre fico nervoso quando vou tocar!

NP: Tanto a moda quanto a música fazem parte de uma grande indústria. O que é preciso fazer para não deixar de lado a marca e a identidade que tinham no começo em favor de questões econômicas?

GC: Tem gosto para tudo. Basta achar o público que tenha o mesmo gosto que você! Ou então como dizia Diana Vreeland, uma importante editora de moda da Vogue, fornecer uma opinião para as pessoas já que a maioria não tem!

RF: Ninguém vive de amor a arte. Isso é um fato triste, mas é um fato. A Farra segue com a essência, mas começou a trabalhar em outros formatos. Fazer a Farra vendável não é dizer que vamos perder a origem. Provamos isso agora em Fevereiro fazendo uma edição da Farra do jeito que ela iniciou: com dois DJs tocando musica brasileira para o povo dançar e foi um sucesso – no meio de pré-carnaval, cheio de programações gratuitas.

NP: Que momento mais marcou a sua carreira?

GC: Foram dois. Em 2001, quando fui selecionado pela Red Bull para participar do Red Bull Music Academy, que está com as inscrições abertas em Londres e há dois dias atrás quando vi um track ( a música Compositor da Ralé) do nosso projeto Iracema Hot Sound em uma das mais importantes publicações de World Music do mundo, a revista inglesa Songlines.

RF: A Farra 10 anos e em seguida a mini-tour pela Europa. Em uma semana comemoramos os 10 anos da Farra na Casa Alheia com Nação Zumbi, a banda que marcou minha infância, no outro dia viajei pra Portugal. Toquei lá e cinco dias depois estava na Suécia para fazer outra festa. Tudo com o selo da Farra na Casa Alheia. Muito bom! Quero fazer mais Farra na Casa Alheia na Europa. Agora um super EuroTour!

 

Para você ficar por dentro de tudo o que acontece na Farra na Casa Alheia ou manter contato com Guga de Castro e Rodrigo Fuser:

E-mail: farranacasaalheia@me.com

Fotos: Sérgio Nóbrega

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