Quem vive em favelas tem um olhar completamente diferente da região em relação a quem não conhece bem essa realidade. Pois bem, enquanto muitos só veem um amontoado de casas em morros, outros conseguem enxergar beleza e arte nesse tipo peculiar de arquitetura. E um artista vindo do morro não apenas viu a beleza da favela como ainda usou materiais recicláveis para criara a sua própria favela em miniatura…
O fotógrafo Marcelino Melo tem 25 anos e é morador do Jardim Piracuama, distrito do Campo Limpo, na zona sul de São Paulo. Mais conhecido como Nenê, ele é o nome por trás do projeto Quebradinha, que une arte e sustentabilidade ao criar favelas em miniatura com materiais recicláveis.
“Quis materializar pensamentos e memórias das quebradas que fazem sentido pra mim”, disse o artista em entrevista a agência Mural. Com garrafas PET, caixas de papelão e outros materiais que ele encontra pelas ruas da área em que mora, ele cria réplicas de casas inspiradas naquelas que o rodeiam. Para ele, a fotografia e a criação das casas andam juntas, uma vez que as fotos o inspiram a criar as réplicas.
Nenê conta que leva, em média, dois meses para finalizar cada casa, uma vez que ele precisa se atentar aos detalhes. Mas, para ele, a favela em miniatura é uma arte mais terapêutica, principalmente em tempos de pandemia. “É uma espécie de terapia que não me forço a fazer. Aí quando vem a referência na minha cabeça, decido que quero fazer uma casinha, como ela vai ser e aproveito os dias em que estou bem”.
Depois de feitas, as casinhas são devidamente fotografadas e postadas nas redes sociais do Projeto. Nenê ainda não sabe se vai vender as obras, mas ele conta que quer fazer uma exposição.