O filme e a temática que ele aborda, não são novidades nem para o cinema, nem para a sociedade. Isso não quer dizer que a discussão sobre a tema esteja esgotada. Pelo contrário, ela é atual e mexe com os interesses, principalmente ou quase que exclusivamente econômicos, de muita gente, sejam consumidores ou quem induz o consumo. O documentário espanhol “Obsolescência Programada”, lançado em 2010 na Europa, só chegou este ano aos Estados Unidos, com o nome de “The Light Bulb Conspiracy” (A Conspiração da Lâmpada, em inglês). Ele será apresentado em festivais do país, por sua diretora, Cosima Dannoritzer.
O raciocínio do documentário parte do seguinte pressuposto: você tem um aparelho, como um DVD, por exemplo. Ele quebra e você o leva para o conserto. Mas na maioria das vezes o conserto sai tão caro que mais vale comprar um novo, do que concertar o usado. Aí que vem a pergunta central que Dannoritzer quer transmitir através do filme: qual o motivo de o equipamento antigo ficar obsoleto? Como mostra o Obsolescência Programada, ele chegou ao limite programado pelo próprio fabricante. Grave? Chocante?
O documentário começa apresentando o que ocorre com a indústria de lâmpadas. Na década de 1920 cada uma durava 2500 horas. Hoje elas aguentam, em média, cerca de 1000 horas. Essa diferença aconteceu porque os fabricantes acordaram que elas deveriam “morrer” mais rápido para que os consumidores precisassem comprar mais. Há também exemplos sobre:
- Impressoras que registram a quantidade de páginas que imprimem e param de funcionar a partir de um número determinado de impressões ou
- Meias-calças produzidas com fios de baixa qualidade, depois de sua fabricante ter confeccionado um tecido altamente resistente, para que as mulheres comprem o artigo com frequência.
Com maior número de produtos obsoletos, cresce o consumismo, que por sua vez dá origem a mais lixo no meio ambiente, que na maioria dos lugares não tem destino adequado ou não conseguem dar vasão a quantidade de lixo produzido. Tudo em nome do lucro de alguns, que literalmente passam a perna no consumidor. O documentário instiga a reflexão: será que pensamos nisso antes de comprar algo? Ou tudo isso é fruto da imaginação de quem é contra o capitalismo, por exemplo?
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Foto e vídeo: Reprodução