Quem vê a jovem Lenice Ramos Oliveira, jovem estudante de escola pública em Sergipe, nãos abe o quanto a menina é uma inspiração para muitos outros jovens em sua cidade. Isso porque, apesar da sua pouca idade, ela já fez muito. E busca querer fazer sempre mais pela comunidade em que vive. Tanto que, ela pode ainda não ter decidido qual vestibular quer tentar após o ENEM, mas uma coisa ela tem certeza: quer fazer algo que possa mudar o mundo!
Lenice estuda no Centro de Excelência Atheneu Sergipense, uma das mais antigas escolas de Sergipe. Só que a jovem tem um motivo mais do que especial para querer estudar lá. Acontece que seu pai também foi aluno na escola. E isso lhe rendeu uma motivação a mais para buscar fazer a diferença. Mas foi durante as aulas de sociologia que a estudante de escola pública descobriu o caminho. Com a ajuda do professor, ela conheceu a SONU, que são simulações de encontros da ONU (Organização das Nações Unidas) realizadas em instituições de ensino médio e/ou superior. Nessas simulações, são promovidos encontros e debates entre os jovens a fim de desenvolver lideranças para mudar o amanhã. E Lenice foi uma dessas lideranças.
Pandemia: um desvio que abriu novos caminhos
2020 seria o segundo ano consecutivo em que Lenice participaria da simulação da ONU. A jovem passou suas férias todas na Escola, planejando e ajudando a preparar o evento. Entretanto, com a pandemia de Covid-19, muitos planos precisaram ser mudados. Mas não cancelados! O evento passou a ser online e pôde então contar com nomes importantes do mercado e influenciadores digitais. Uma das participantes foi ninguém menos do que Luiza Trajano, do Magazine Luiza. “Eu era uma das poucas meninas no evento online e ela olhou pra mim e disse: ‘honre o seu lugar’, aí percebi que poderia fazer muito mais.”, disse Lenice em entrevista ao portal D24AM.
Logo ela organizou um evento voltado só para mulheres e assim nasceu o Atheneu ONU Mulheres. Temas ligados ao contexto do ser mulher no Brasil foram debatidos e inspiraram Lenice em seu próximo passo: participar do programa Parlamento Jovem Brasileiro, um programa nacional em que os jovens podem criar projetos de lei para serem apresentados em Brasília. A estudante de escola pública então levou à Brasília um projeto de Lei chamado Absorvente é Direito!. A ideia era combater a chamada pobreza menstrual, principalmente nas penitenciárias femininas. Então, a proposta era a obrigatoriedade do governo federal e dos estados em fornecer kits com absorventes, papéis higiênicos e lenços umedecidos para os cuidados pessoais.
Lenice chegou até a final nacional, onde acabou ficando em segundo lugar. “Confesso que fiquei triste de não ter levado o primeiro lugar, não pela colocação, mas pelo projeto em si, então, reformulei com foco na doação de produtos de higiene para estudantes de escolas públicas em situação de vulnerabilidade.” Agora, Lenice quer passar no vestibular para Jornalismo ou Relações Internacional e tentar entrar para algum dos programas da ONU para jovens. E alguém tem dúvidas que ela consiga?
Fotos: Reprodução