Olá, amigos voyeurs! Voltamos com um novo post na nossa coluna semanal para o No Pátio e esperamos que vocês gostem!
Em uma ida ao cinema com meu namorado e meu irmão, os dois decidiram assistir a um filme não muito badalado, em cartaz em poucos espaços de exibição em Fortaleza, e em um primeiro momento, chamativo apenas pela participação de Daniel Radcliffe, que também interpretou ninguém menos que o bruxinho Harry Potter na série de filmes homônima. Seu nome? A Mulher de Preto (The Woman in Black, no original em inglês).
A Mulher de Preto conta a história do jovem advogado Arthur Kipps, viúvo, pai de um menino, que, pressionado por seu chefe na firma onde trabalha, viaja para a vila de Crythin Gifford, para cuidar da documentação da tenebrosa mansão Eel Marsh. A dona da casa era Alice Drablow, uma viúva solitária e vítima do comportamento arredio da maioria dos habitantes locais. Mergulhado nas suas pesquisas sobre a mansão, Arthur se vê cercado por um mistério obscuro, que envolve uma mulher vestida de preto e acontecimentos trágicos envolvendo crianças nas cercanias da mansão e na vila de Crythin Gifford.
A história foi adaptada da novela de terror The Woman in Black, de 1983, da inglesa Susan Hill, sendo o final diferente do da adaptação cinematográfica. O livro, por sua vez, foi baseado numa história dita verídica que aconteceu na vila de Lower Slaughter, distrito de Cotswold, no condado de Gloucestershire, Inglaterra (data não revelada).
O filme superou minhas expectativas. Chamou-me a atenção seu figurino, cenários e fotografia, estes dois, principalmente o trabalho feito sobre os interiores das moradias, exteriores da vila e da mansão de Eel Marsh e no cemitério desta propriedade. Austeros e cinzentos, bonitos, mas de uma beleza triste, lúgubre e sinistra, ao gosto da época vitoriana onde acontece a história, imergiam direitinho o espectador no enredo.
No filme predominam enquadramentos mais amplos, valorizando a beleza dos cenários e da fotografia, dando também à narrativa um ritmo intimista e regular, nos permitindo mergulhar melhor nas inquietações de Arthur Kipps. Mesmo nas cenas mais cruciais, já no final, há poucas mudanças, dinamizando-se um pouco mais os movimentos da câmera; não se prejudica, porém, o andamento da narrativa, que segue numa escala crescente, com Arthur, pouco a pouco, tomando conhecimento do segredo que envolve e mansão e amulher de preto. A tensão, claro, cresce na mesma medida, e pelo menos quatro sustos são garantidos!
Apesar de histórias de fantasmas não serem novidade no cinema, A Mulher de Preto destaca-se pela maneira como é conduzida. Despretensiosa e econômica, tem tensão, drama e quietude na medida e momentos certos, apesar do final um pouco meloso.
Nem tudo são elogios, claro, como as atuações medianas (ainda que, a não ser pelas brincadeiras dos fãs de Harry Potter, Radcliffe nos faça esquecer um pouco o menino bruxo) e algumas pequenas falhas de produção, como a movimentação e maquiagem dos fantasmas. Por mais que seja complicado propor parâmetros para este tipo de coisa, em alguns momentos você pode estranhar os movimentos das “aparições”, explicitamente de bonecos. Ainda assim, a qualidade geral do filme se mantém.
Dando uma nota de zero a cinco, a minha seria 4. É um filme divertido, simples e envolvente; sem dúvidas, uma das melhores opções de suspense/terror, no momento.
Se você está pensando em ir ao cinema, mas não sabe que filme escolher, nós da equipe do Voyeur Gráfico damos nossa dica: assista A Mulher de Preto! Garantimos que você vai gostar!
Texto: Geisa Gomes – Equipe Voyeur Gráfico
Fotos: Reprodução