Crítica Wasting Light

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Todo mundo sabe que os Foo Fighters são uma banda que dispensa apresentação. Formada em 1994 pelo ex-Nirvana Dave Grohl depois da morte do Kurt Cobain, eles já contam com 7 álbuns de estúdio e cunharam hits como “Learn to Fly”, “Everlong”, “Big Me”, “Best of You”, entre outros. Em agosto de 2010, os Foos entraram em estúdio com o produtor Butch Vig, que produziu nada menos que o álbum nirvanesco Nevermind – sabe, aquele com uma tal de “Smells Like Teen Spirit”? – para iniciar a produção do que viria a ser o seu 7º álbum de estúdio.

Pra bolacha nova, batizada de “Wasting Light”, a banda quis uma sonoridade mais crua e agressiva, fazendo o contraponto com o último trabalho, “Echoes, Silence, Patience and Grace”, um disco bem mais “morno” e com um foco diferente. Em Maio desse ano, Dave falou na revista Kerrang! “Com o [Echoes, Silence, Patience and Grace], a gente tava muito preocupado em ser uma banda musical. Tava na hora de voltar a ser uma banda de rock”. E ele definitivamente não estava brincando.

Buscando exatamente essa sonoridade mais suja, eles não gravaram em seu estúdio, o Studio 606, mas sim na garagem do Dave Grohl. Também não foi usado nenhum tipo de computador ou processador digital. O disco foi todo gravado em rolo de fita, editado à mão com tesourinha e fita adesiva, e mixado numa mesa de som analógica, com processadores 100% analógicos. O resultado disso é um som extremamente quente e vivo.


No dia 23 de fevereiro eles lançaram ao mundo o single “Rope”, a 2a faixa do CD. Com influência clara de Led Zeppelin, essa música foi direto pro topo do Billboard Top 100 Rock Songs logo no lançamento. Quando o CD finalmente saiu, alcançou o 1º lugar nas vendas de países tipo Suíça, Bélgica, Suécia, Finlândia, Noruega, Nova Zelândia e Austrália.

E voltar pra casa não poderia ter sido uma ideia melhor pros Foos… Sendo bem suspeito, já que é uma das minhas bandas favoritas, e considerando os primeiros CDs os melhores, o disco novo não decepciona de jeito nenhum. Clássicos instantâneos como “Bridge Burning” e “Matter of Time” (essa última é minha preferida) numa pegada semelhante à épocas de “One By One” e “In Your Honor” fazem do “Wasting Light”, na minha opinião como fã, um dos melhores trabalhos deles. Canções como “White Limo” têm um quêzinho de começo da banda com uma pitada de Queens of the Stone Age, e a poesia simples e saudosista de “These Days” e “Walk” mostra um Dave Grohl consciente da própria idade (ele já tem 46 anos, quase cinquentão. Talvez esse clima explique o convite feito a Krist Novoselic, ex-baixista do Nirvana, a participar do CD em “I Should Have Known”?).

O disco, de uma forma geral, é um retorno muito bem executado à especialidade dos caras – um rock and roll cru, melódico, com refrões fortes e grudentos. Só sinto falta de pelo menos uma faixa melosinha como “Home” e “Walking After You”, mas isso vem mais da minha convicção de que todo álbum de rock tem que ter pelo menos uma música desse naipe. No mais, só tenho a agradecer mais uma vez a Dave Grohl e cia. por fazerem um fã feliz. Aprovado e recomendado.

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Vale ver também os clipes de “Rope” e “White Limo”, esse último com participação especial do Lemmy do Motörhead e um humor bem típico dos clipes dos Foo Fighters. Os dois foram gravados com fita VHS, que deixou a estética bem interessante.

Foto: Reprodução

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