Anna Bella Geiger inaugura exposição de inéditas na Artur Fidalgo

Cultura

Há sete anos sem expor obras recentes individualmente em galerias de arte, artista volta a criar e expõe trabalhos como “Rrolo-Scrolls com Terras e Mares” e o vídeo “Cuidado, Cão Feroz”

Anna Bella Geiger inaugura a exposição “Nem mais, nem menos” na próxima quinta-feira, 26 de abril, às 19h, na galeria Artur Fidalgo, com cerca de 20 trabalhos, quase todos inéditos, realizados entre 2009 e 2012. Dentre as inéditas, destacam-se peças como “Rrolo-Scrolls com Terras e Mares” e “Rrolo-Scrolls com flor antiga DÉCO e xícara de porcelana branca”, ambas de 2012, feitas com papel pergaminhado, e o vídeo “Cuidado, Cão Feroz”, também de 2012, produzido a partir de uma estatueta de bronze e objetos que se relacionavam com sua recente vídeo-instalação “Circa V”.

“Tenho feito muitas exposições, aqui e fora do Brasil, entretanto são retrospectivas ou mesmo recortes temporais ou de algum suporte específico. Quando percebi estava há sete anos sem mostrar trabalhos novos e o convite do Artur veio na hora certa de eu me recolher para criar”, declara Anna Bella.

Anna Bella Geiger é sem dúvida a primeira dama das artes visuais brasileiras. Desde o início da década de 1950 realiza um sólido trabalho com uma enorme variedade de meios de expressão, técnicas e materiais: desenho, pintura, fotografia, vídeo, xerox, cera, metais etc. A artista também tem papel fundamental no ensino da arte no Rio de Janeiro. Atuou no período áureo do Bloco escola do MAM e após seu término, transferiu-se para a Escola de Artes Visuais do Parque Lage onde leciona até hoje.

Sua obra se articula em torno da discussão sobre a paisagem não como representação da natureza, mas como uma de suas reconstruções poéticas. Isso se une à indagação sobre o significado da noção de território e, portanto da existência/ ausência das fronteiras que o configuram. É nesse lapso a “paisagem” se inclui. “Entre a geopolítica e a geopoética, entram as questões estéticas formais. Lido com as duas faces dessa geografia que é inesgotável – situações que eu tenho que decifrar. Para mim este é o papel do artista, desvendar o que está acontecendo e botar para fora como objeto de arte”, concluí.

Para o crítico Fernando Cocchiarale, curador da mostra, “a obra de Geiger surpreende por seu compromisso com as questões mais vivas da arte atual. Longe de ter se cristalizado num estilo próprio, coerente, porém imobilizador da dinâmica de qualquer processo efetivo de invenção e criação, segue pela via processual plena que renova e situa sua obra num patamar qualitativo único na produção artística brasileira. Não é pouco para alguém que há sessenta anos vem contribuindo para o debate das principais questões da arte brasileira”.

Sobre Anna Bella Geiger

Vive e trabalha no Rio de Janeiro.

Últimas Individuais: “On a certain piece of land”, The Red Gate Gallery, Pequim (2005); Projeto Respiração, “Circa”, Fundação Eva Klabin, Rio de Janeiro (2006);“Fotografia além da fotografia”, Paço Imperial, Rio de Janeiro (2008); “Anna Bella Geiger: vídeos 1974/2009”, Oi Futuro, Rio de Janeiro (2009-2010) e “Anna Bella Geiger: circa MMXI”, Sesc, Rio de Janeiro (2011).

Últimas Coletivas de destaque: “RolePlay: feminist art revisited 1960-1980”, Galerie Lelong, Nova York (2007); “Elles@Pompidou”, Paris, “La mancha humana. El arte conceptual en las colecciones”, CGAC, Santiago de Compostela; “Espai de lectura 1: Brasil”, MACBA, Barcelona (2009/2010); “Modern women single channel”, MoMA PS1, Nova York; “Como nos miran”, CGAC, Santiago de Compostela (2011).

Participou de oito Bienais de São Paulo; 39a Bienal de Veneza; II Bienal de Liverpool; 8ª Bienal do Mercosul e Europalia, Bélgica. Tem obras nas coleções do MoMA, Nova York; Centre Pompidou, Paris; ICA, Chicago; Victoria & Albert Museum, Londres; Getty Collection, Los Angeles; Museo Reina Sofia, Madri; MAM, Rio de Janeiro e São Paulo, entre outras.

Principais prêmios: Gugenheim, Nova York (1982) e Ibram de Arte Contemporânea (2011).

Serviço:
Anna Bella Geiger – Nem mais nem menos
Curadoria: Fernando Cocchiarale
Abertura: quinta 26 de abril às 19h (aberta ao público)
Exposição: 26 de abril a 31 de maio de 2012
Segunda a sexta, 11 às 19h | sábado, 11 às 18h
Grátis | Livre para todos os públicos

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