
Documentários de True Crime realmente conquistaram o público — e é um mais chocante que o outro. E dessa vez, está todo mundo falando de Número Desconhecido: Catfishing na Escola, um dos mais recentes lançamentos da Netflix. A produção estreou na plataforma em 29 de agosto sem muito alarde, mas logo já se tornou um dos títulos mais vistos globalmente.
A trama acompanha um caso perturbador de cyberbullying e perseguição digital em que uma adolescente, Lauryn Licari, então com 13 anos, e seu namorado, Owen McKenny, começam a receber mensagens anônimas e ofensivas em 2020. A partir daí, os eventos se estendem por meses, revelando algo muito mais próximo e chocante do que muitos esperavam.
Como foi o caso real

Lauryn e Owen, adolescentes de Beal City, Michigan (EUA), começaram a ser alvo de mensagens vulgares, ofensivas, ameaças e provocações. Tudo acontecia por mensagens recebidas no celular, vindas de um número desconhecido em 2020.
Tais mensagens incluíam informações que só pessoas muito próximas aos dois jovens poderiam saber. Então, isso gerou suspeitas em torno de colegas, amigos, vizinhos. Mas não demorou até que a investigação policial passasse para um nível maior, ampliando a lista de suspeitos.
Em 2022, após investigação do FBI, a polícia descobriu que a autora era Kendra Licari, a própria mãe de Lauryn. Ela foi para a prisão e considerada culpada de perseguição de menores e uso indevido de computador para esse tipo de crime. Kendra foi condenada a pena entre 19 meses e 5 anos na prisão. Ela saiu da prisão em agosto de 2024. Lauryn, por sua vez, hoje já maior de idade, enfrenta dilemas pessoais, inclusive sobre retomar contato com a mãe e lidar com esse passado de exposição, humilhação e traição.
Número Desconhecida: documentário vs realidade: o que muda, o que permanece
O documentário Número Desconhecido: Catfishing na Escola mostra como as mensagens começaram em 2020, deram uma trégua e depois voltaram em 2021, até que a investigação finalmente levou à prisão em 2022. Isso corresponde ao que de fato aconteceu, já que os registros oficiais confirmam esse mesmo período e a entrada do FBI no caso.
A identidade da autora também é revelada aos poucos na produção, criando suspense até mostrar que era Kendra Licari, mãe de Lauryn. Essa revelação é fiel à realidade, já que Kendra foi julgada e condenada por perseguição de menores e uso indevido de computadores.
Outro ponto importante está no lado emocional. O documentário traz depoimentos de Lauryn, Owen e familiares, além de imagens da escola e momentos de crise, para reforçar o impacto psicológico que o caso teve sobre os adolescentes. Essa parte também tem base em fatos reais, pois Lauryn já relatou publicamente como perdeu confiança em pessoas próximas e como a situação afetou sua vida pessoal.
Por fim, a narrativa da Netflix utiliza reconstituições, exibição de mensagens e até imagens de câmeras policiais para dar mais tensão à trama. Esses elementos se misturam a provas reais, como áudios e registros judiciais, que também foram usados na investigação. Assim, o documentário equilibra dramatização com material verídico, tornando a experiência, ao mesmo tempo, informativa e impactante.
Você já viu a produção? Quem diria que o “inimigo” pode estar em casa?
Fotos e vídeos: Reprodução