
O Mês do Terror segue com tudo aqui no Pátio Hype e hoje a dica é literária. Afinal, há livros que assustam pelos monstros que inventam. Outros, pelo que fazem com quem os escreve. Entre surtos criativos e colapsos mentais, muitos autores mergulharam tão fundo na escuridão das próprias histórias e criações que nunca mais voltaram os mesmos. Há quem diga que algumas dessas obras carregam maldições reais — tramas que enlouquecem, matam ou consomem lentamente quem insiste em decifrá-las. Prepare-se: a lista abaixo reúne livros realmente perturbadores, que ultrapassam o terror literário e tocam o terreno do sobrenatural, com ecos de loucura, obsessão e tragédia.
1. “American Psycho”, de Bret Easton Ellis (1991)

Um mergulho no vazio moral do capitalismo — e da mente humana. Contada em primeira pessoa, a história retrata a vida de Patrick Bateman, um executivo de sucesso. Mas ele também um assassino sádico. O livro — que em 2000 virou filme com o mesmo nome – narra com frieza seus crimes e devaneios. A brutalidade chocou tanto que Ellis recebeu ameaças de morte e sofreu depressão severa durante o lançamento.
2. “O Colecionador”, de John Fowles (1963)

Um homem sequestra uma jovem e acredita poder “cultivar” o amor dela como se fosse uma borboleta rara. Aqui, é a alternância de vozes que cria uma tensão sufocante e doentia. Mas o autor não passou incólume a essa história. Após o lançamento, Fowles dizia que escrever o livro o deixou paranoico e recluso por meses, incapaz de lidar com a própria criação.
3. “A Menina Morta”, de Cornélio Penna (1954)

No Brasil, essa obra é uma relíquia macabra e leitura obrigatória para os amantes de livros perturbadores e literatura de terror. A morte de uma menina desencadeia uma atmosfera opressiva, cheia de fantasmas simbólicos e memórias envenenadas. A curiosidade é que Penna viveu isolado e atormentado enquanto escrevia. Além disso, há quem diga que o livro foi seu “exorcismo” particular.
4. “Crash”, de J.G. Ballard (1973)

Imagine um grupo de pessoas que associam prazer sexual à destruição. Ballard criou um universo onde o desejo e o metal se fundem. Nele, pessoas tem fetiches por acidentes de carro e se excitam não somente ao encenar, mas também ao participar de acidentes. Ballard foi acusado de insanidade e pornografia, e quase perdeu o contrato editorial. Décadas depois, o livro ainda é considerado uma das obras mais doentias já publicadas — e um espelho da obsessão moderna.
5. “O Rei de Amarelo”, de Robert W. Chambers (1895)

Um livro dentro do livro — e dizem que quem o lê perde a razão. Parece sinopse de filme, mas é um livro real. Essa coletânea de contos influenciou autores como Lovecraft e até séries como True Detective. A peça fictícia “O Rei de Amarelo”, descrita nas histórias e poema deste livro, seria amaldiçoada: quem a lê, enlouquece. Mas pelo visto, quem as escreve também. Isso porque Chambers jurava que sonhava com o tal texto antes de escrevê-lo. Coincidência?
6. “O Necronomicon”, de H. P. Lovecraft (1919, fictício… ou não?)

E por falar em Lovecraft, o famoso e polêmico autor de livros de literatura fantástica afirmava que o livro era de sua autoria. Ainda assim, estudiosos e ocultistas juram que existem cópias reais. e que Lovecraft apenas copiou e declarou que era seu. Inclusive, basta uma pesquisa rápida para encontrar diversos “Necromicons” de diferentes autores. Mas dificilmente algum tão impressionante quanto este.
O livro descreve rituais antigos, entidades cósmicas e segredos proibidos — e já foi ligado a surtos de paranoia e “visões” entre leitores mais impressionáveis. O autor, por sua vez, morreu acreditando ter sido perseguido por seus próprios pesadelos.
Aqui entre nós, esses livros perturbadores mostram que o terror não mora só na ficção. Ele também vive na mente de quem cria — e às vezes, escapa dela. Ler pode ser um prazer perigoso, especialmente quando a própria história parece querer te devorar. Então, se decidir abrir algum desses títulos… leia com a luz acesa!
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