As mulheres prometem repaginar os quadros do cenário político nas eleições deste ano no Brasil. Se o número de mulheres candidatas aos cargos de prefeito e vereador, que nestas eleições cresceu 85% em relação as eleições de 2008, se confirmar nas urnas, o Brasil poderá superar os quadros governamentais majoritariamente ocupados por homens ao longo da história.
São pelo menos 46 cidades em todo o país que terão eleições onde só mulheres concorrem à prefeitura; na eleição de 2008, eram 32. As eleições deste ano são históricas para a luta feminista no Brasil por marcarem os 80 anos do voto feminino no país. A eleição de Dilma Rousseff como primeira presidenta da história e, com ela, a participação de outras mulheres em cargos públicos importantes do governo, além da cota para as mulheres nos partidos são marcas de um novo tempo na política nacional.
Todavia, mesmo com a alteração da Lei de Cotas de Gênero, em 2009, o Brasil só tem hoje, 9% de mulheres como deputadas federais, mesmo tendo um eleitorado formado por 52% de mulheres. A média do Brasil é bem inferior ao percentual mundial (20,3%). No ranking mundial, estão países como Ruanda, que está no topo da lista, com 56,3%, único país com maioria feminina, seguida de Andorra (50%), Cuba (45,2%) e Suécia (44,7%).
Ocupando o 120° lugar, depois do Brasil estão países como Panamá (121º), Benin (122º) e Gana (123º). Arábia Saudita e Catar estão na última posição (144º). No senado, são apenas 10 mulheres entre os 81 membros da Casa, ou 12%. Na Argentina, elas chegam a ocupar 38% das cadeiras legislativo. Entre os vereadores, após a eleição de 2008, o total de mulheres chegou a 12,5% e entre os prefeitos, apenas 10%.
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