Diminuir os crimes cometidos por motivos fúteis é o foco de uma campanha do Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP): “Conte até 10. A raiva passa. A vida fica”, é o que propõe a campanha aos brasileiros que estiverem prestes a cometer um ato de violência contra alguém. A ação pretende mostrar que os assassinatos cometidos por impulso respondem por entre 25% e 80% dos homicídios, dependendo do Estado.
A iniciativa faz parte da Estratégia Nacional de Justiça e Segurança Pública (Enasp) e conta com a parceria do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e do Ministério da Justiça (MJ). No país, todos os anos, milhares de pessoas são vítimas de assassinatos por impulso em situações como brigas em bares, discussões no trânsito ou entre vizinhos. Os dados do Mapa da Violência 2012, divulgados pelo Ministério da Justiça, mostram que, em 2010, no Brasil, foram registrados 49.932 homicídios.
“Nosso alvo são os homicídios que ocorrem em função da banalização da violência, da falta de tolerância, da ação impensada no momento da raiva. São casos, muitas vezes, de pessoas que nunca haviam matado antes, e, por perderem a cabeça numa situação de conflito, cometem o crime”, explica a conselheira do CNMP e coordenadora do Grupo de Persecução Penal da Enasp, Taís Ferraz. “Para reduzir os índices de homicídio, além da atuação conjunta e articulada dos agentes do Sistema de Justiça, é fundamental a sensibilização da sociedade. É isso que estamos buscando”, completou.
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As estrelas da campanha
Os lutadores Anderson Silva e Júnior Cigano, campeões do UFC, e os judocas Leandro Guilheiro e Sarah Menezes, campeões olímpicos, estão protagonizando a campanha que foi lançada ontem (8). A campanha ainda tem os slogans “Quem é da paz não briga” e “Sua vida vale mais que qualquer briga”.
A veiculação acontecerá em mais de 26 emissoras de televisão nacionais e regionais, abertas e a cabo, 115 rádios em todo o País, 35 revistas e 40 jornais, e ainda portais de internet e mídias alternativas, como cinemas, mídia indoor, entre outras.
“Para atingir essa parcela da população, buscamos o apoio de atletas que se tornaram ídolos dos nossos jovens. Precisamos reverter os números de homicídios nessa faixa etária, que são alarmantes”, afirmou Taís Ferraz. Entre 1980 e 2010, as mortes de jovens com até 19 anos cresceram mais de 370% no país.
Foto e vídeo: reprodução