“Verás que um filho teu foge à luta”. A frase do Hino Nacional Brasileiro é o título de um painel com a bandeira do Brasil e várias fotos do ministro Joaquim Barbosa, na escola em que estudou na cidade de Paracatu, interior de Minas Gerais. O ministro toma posse hoje (22), na presidência do Supremo Tribunal Federal (STF). A cerimônia, às 15h, terá a presença da presidenta Dilma Rousseff, dos presidentes do Senado, José Sarney, e da Câmara dos Deputados, Marco Maia.
Além de autoridades políticas, o evento para dois mil convidados vai reunir também celebridades, entre elas: os atores Taís Araújo, Lázaro Ramos e Milton Gonçalves, o cantor Djavan, a apresentadora Regina Casé e o tricampeão mundial de Fórmula 1 Nelson Piquet.
O evento é um marco para história do país. Barbosa será o primeiro negro a comandar a Suprema Corte, é bastante ligado a questões raciais e faz referências ao assunto em discursos, votos e conversas. De uma família humilde do interior, ocupou vários postos até ser convidado pelo então presidente Luiz Inácio Lula da Silva para integrar o STF em 2003, época em que atuava como procurador no Rio de Janeiro.
Segundo as regras
Segundo Barbosa, que presidirá também o Conselho Nacional de Justiça, sua passagem pelo comando do STF deve ser sem surpresas, pois gosta de agir by the books – em tradução livre, segundo as regras. A mescla de palavras estrangeiras com discursos em português é uma das marcas do ministro, que fala francês, inglês, alemão e espanhol.
O novo presidente é conhecido pela rigidez no julgamento de processos envolvendo corrupção e desvios éticos. Nos casos de grande repercussão social, Barbosa associa a argumentação técnica à defesa de valores que vêm ganhando força na sociedade democrática pós-Constituição de 1988, como o conceito de transparência na administração pública, o direito de minorias e as liberdades do cidadão.
A vice-presidência do STF será assumida pelo atual revisor do caso mensalão, o ministro Ricardo Lewandowski. Joaquim Barbosa deve ficar no cargo por dois anos e assume devido à aposentadoria do ministro Carlos Ayres Britto, que completou 70 anos.
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