Você já parou para pensar que muitos produtos que hoje jogamos fora ou destruimos poderiam ser reutilizados ou transformados em outros produtos com utilidades e propriedades totalmente diferentes? Alguns artistas e designers de moda já perceberam as infinitas possibilidades e saem na frente, produzindo moda e arte sustentáveis. Este é o caso da artista plástica Gabi Gonçalves. Á frente da grife mineira a quakl deu o nome de “Maria Buzina”, a artista e designer utiliza nada menos que lonas de caminhão, que seriam queimadas ou jogadas fora, para dar vida a uma série de produtos coloridos e muito criativos, que vão desde bolsas, o principal produto da marca, a cintos, nécessaires, agendas, colares e muito mais!
Gabi Gonçalves não considera os acessórios de lona um produto de moda, e sim de arte, pois têm a reciclagem no DNA. “Acho que a principal questão de nosso trabalho, em se tratando de sustentabilidade ecológica, foi minha educação. Fui educada para não desperdiçar água, energia, papel, para não jogar lixo na rua, para ver utilidade para tudo. Essa educação é que me fez acreditar na lona de caminhão usada e acreditar também que minha criatividade é algo que realmente toca as pessoas”, explica.
Segundo Gabi, o modismo da sustentabilidade faz nascer produtos que “fingem” ser ecológicos, mas ela declara que sente orgulho de produzir peças eco-friendly sem ter a intenção disso. “Nosso conceito principal é o social, porque as lonas de caminhão usadas contam as histórias dos caminhoneiros. Não criei um produto para ser sustentável, ele já nasceu assim. A comunidade ecologicamente correta se identifica com a marca, acredito eu, porque ela é natural, verdadeira. Não há uso de substâncias químicos nem na lavagem, nem na pintura”, conta ela, que se inspira no trabalho de artistas como Hélio Oiticica, Lygia Clark e Christo & Jeanne Claude.
O processo de produção
Tudo na produção das bolsas e acessórios é feito de forma manual, com a intenção de agredir o meio ambiente o mínimo possível. A equipe de Gabi, que é formada por quatro pessoas, lava essas lonas à mão, apenas com água e sabão, e deixam secar naturalmente. A pintura é feita com tinta à base de água. “Valorizamos a mão-de-obra porque as peças são feitas uma a uma num caráter praticamente artesanal, o que dispensa maquinários elaborados”, orgulha-se a artista.
As embalagens também são ecologicamente corretas: são utilizados plástico biodegradável e caixas de papelão reciclado. Até mesmo as etiquestas vêm de papel reciclado! A grife produz em média 100 peças por mês, que estão disponíveis para venda na loja virtual Maria Buzina. “Não trabalhamos por coleções, não trabalhamos com tendências e nem procuramos saber qual é a bolsa da moda para copiarmos o modelo. Trabalhamos de acordo com as necessidades de nossas clientes. Fazemos o que precisam, e assim criamos novos produtos sempre, como capas para estepe e computador”, avisa Gabi.
Projetos e planos
Para 2013, a artista plástica pretende transformar a Maria Buzina em uma entidade social e expandir sua exposição de arte “Estradas, uma história, nossas vidas”, que evidencia o conceito da marca mostrando a vida dos caminhoneiros. São fotos, vídeos com áudio e peças que ilustram o cotidiano deles, como uma cabine de caminhão que é montada dentro da galeria de arte e as pessoas pode entrar, conhecer e mexer no que quiserem”, diz ela, que está em busca de patrocinadores para a viabilização dos projetos.
Gostou da novidade? Para mais informações sobre a marca ou para encontrar os produtos da Maria Buzina, acesse o site oficial da grife, clicando aqui!
Fotos: Reprodução